Por Ana Julia Barbosa, Lívia Fernandes e Maria Beatriz Garcia

Foto: Maria Beatriz Garcia

Há sete anos, o Projeto Thomás oferece terapia gratuita assistida por cavalos para crianças com diversidade funcional. O tratamento, chamado de equoterapia, acontece de segunda a sexta-feira no Instituto Passos do Vale e atende cerca de 37 crianças de São João del-Rei e Madre de Deus, com a colaboração das Prefeituras Municipais.  

Segundo a coordenadora do projeto, Maria Cecília Vale, para terem acesso à equoterapia, as famílias interessadas devem preencher um formulário de inscrição, disponibilizado nos canais de atendimento do Instituto, e encaminhar a documentação necessária para avaliar a aptidão da criança à terapia. Feito o cadastro, haverá o direcionamento das famílias para uma lista de espera até que sejam chamadas para o início do tratamento. 

A equoterapia é um método de reabilitação com abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, que utiliza o contato com cavalos para estimular o corpo e a mente de pessoas com deficiência. De acordo com a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL), a atividade, porém, é contraindicada para pessoas com cardiopatias agudas, doenças degenerativas, quadros de convulsão não controlada e alto grau de escoliose, por exemplo. 

Projeto Thomás

O Projeto Thomás surgiu de forma beneficente há sete anos, em maio de 2016, em razão da grande demanda de crianças com diversidade funcional pela equoterapia. Hoje, o programa se mantém em parceria com as Prefeituras Municipais de São João del-Rei e Madre de Deus, que custeiam, respectivamente, o tratamento de 21 e 16 crianças. 

O projeto leva o nome de Thomás, um menino de 12 anos que participava das sessões de equoterapia e era muito querido por todos. Thomás faleceu durante a elaboração do programa, que decidiu homenageá-lo com a escolha do nome.

Filiada desde 2021 à ANDE-BRASIL, a equipe  do Projeto Thomás é multidisciplinar, composta por especialistas nas áreas de fisioterapia, psicologia e assistência social, que fazem um acompanhamento individual do tratamento de cada criança. A coordenadora do projeto enfatiza a importância dessa individualização, já que é necessário um tipo diferente de abordagem e estímulo para cada caso. 

Foto: Maria Beatriz Garcia

Conforme afirma Maria Cecília, o desenvolvimento biopsicossocial se dá pela forma como o cavalo anda, ou seja, cada criança tem um cavalo específico que atende suas necessidades. Além disso, a terapia vai muito além de estar em cima do cavalo. Atividades como escovar, alimentar e fazer carinho no animal dão estímulos às crianças, de modo que essas atividades são pensadas tendo sempre um objetivo. Semanalmente, a equipe faz uma evolução da criança, procurando entender qual melhor tratamento e quais resultados o paciente está obtendo. 

Luciana Silva, mãe de Adriel, que participa das sessões de equoterapia há cerca de sete meses, conta que conheceu o projeto por indicação da psicóloga dele e já consegue perceber mudanças positivas, principalmente na questão do equilíbrio e na perda do medo de altura.

Para ela, o acesso gratuito à equoterapia é uma política de assistência importante, tendo em vista a situação de vulnerabilidade de muitas famílias, que não possuem condições financeiras de arcar com tratamentos essenciais ao bem-estar de pessoas com deficiência.

Arte: Ana Julia Barbosa

Assim como para Adriel, o projeto tem feito muita diferença na vida das crianças atípicas da região e tem o objetivo de se expandir para conseguir fazer mais atendimentos. Para além do apoio das prefeituras, o Projeto Thomás realiza também campanhas de doações para arrecadar fundos, com o intuito de manter a alimentação e a saúde dos cavalos utilizados na equoterapia. A contribuições podem ser feitas por meio de transferência bancária, conforme orienta a página do projeto no Instagram: @equoterapia_passosdovale.