Webjornalismo: rotina cheia e atualização constante

Rhonan Moreira Neto é jornalista, assessor de comunicação, social media e publicitário. Graduado em Comunicação Social pela UFSJ, atua como sócio no portal de notícias Jornal Primeira Página com o também jornalista Wanderson Nascimento. A seguir, o jornalista conta um pouco sobre a sua rotina de trabalho e quais principais características e desafios presentes no jornalismo online.

Porque optou em trabalhar no meio online? 
Rhonan: Acho que atualmente trabalhar no meio online não é uma opção. É uma necessidade. Muitas pessoas perderam o hábito da leitura em impressos. Os novos leitores nem mesmo conhecem direito os jornais e revistas em papel. Tudo está online e a facilidade de acesso, através de computadores, celulares e tablets, torna esse tipo de comunicação mais que essencial. Além disso, a plataforma virtual possibilita um jornalismo mais integrado, com texto, fotos, áudios e vídeos, tudo em uma única notícia.

Como é sua rotina de trabalho? 
Rh: É muito corrida, mas eu gosto demais. É apaixonante. Digamos que minha rotina diária começa à noite, que é quando preparo o jornalismo para a rádio, no dia seguinte. Então, à noite, acesso a internet e faço uma varredura por mais de 40 sites para preparar um programa de 1 hora de duração. Neste meio tempo, vou produzindo os conteúdos próprios e postando no site do jornal. Então, no dia seguinte, apresento o jornal às 11h. Também faço as coberturas esporádicas durante o dia, de acordo com a demanda. Alguns telefonemas ajudam na hora de saber se há alguma novidade para noticiar. Além disso, fico revirando o Facebook em busca de pautas. Em uma cidade do interior, com pouco mais de 20 mil habitantes, as redes sociais são grandes fontes de informação. Já fiz grandes reportagens a partir de um único post, foto ou comentário identificado no Facebook. O desafio é construir a notícia, de onde menos se espera.

Você atua em outros segmentos do jornalismo? Qual a principal diferença entre eles e o jornalismo online? 
Rh: Atuo sim. Sou assessor de comunicação na Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de Barroso. Além disso, trabalho como publicitário em um grupo de drogarias e faço alguns freelas como social media. Sou jornalista da Rádio Liberdade FM em Barroso, onde tenho um programa de jornalismo diário. Também tenho alguns projetos paralelos nas áreas de webdocumentário, fotografia e publieditorial. E sou sócio do Jornal Primeira Página, impresso que me possibilita estar, também, no meio online, através do site de notícias jornalprimeirapágina.com, presente também no Facebook.

Você acha que um bom design para o meio online é importante? 
Rh: É fundamental. E é o grande desafio: tornar a leitura o mais agradável possível, usando de artifícios para chamar a atenção do leitor. Um layout limpo, sem muitas frescuras, além de boas fotos, uma boa combinação de cores e uma padronização das postagens garantem a fidelização do público.

Que estratégias você utiliza para angariar visibilidade para o seu trabalho? 
Rh: Uso muitas. Desde o rádio até o Facebook, com o compartilhamento dos conteúdos. Minha timeline no Facebook é bem cheia das notícias que produzimos. Além disso, estar diariamente nos eventos, fazendo o corpo a corpo com o público, gera credibilidade e proporciona mais aproximação com os leitores. Adoro estar no meio das pessoas, conversando, conhecendo mais e identificando pautas interessantes para produzir reportagens de relevância. Jornalismo é isso: estar onde a notícia acontece.

Você acredita na substituição definitiva do jornalismo impresso pelo jornalismo para web? 
Rh: Não acredito que o jornal impresso vá acabar, mas as coisas pela internet têm um poder muito grande. O charme de se abrir um jornal impresso no domingo de manhã, com uma xícara de café, e ler as notícias não tem preço. Odeio ler nas telas. Leio porque é necessário e prático. Por exemplo, não tenho nenhum e-book comprado. Faço download dos gratuitos e que são úteis tecnicamente, para estudos e trabalhos. Os que me dão prazer faço questão de comprá-los em papel impresso. E acho que muita gente pensa assim, principalmente em relação ao jornal. Então, acho que o jornal não vai acabar só por causa do advento da internet. Acho que só acaba mesmo se o papel acabar também.

Texto: Isabela Mesquita
Douglas Batista Gonçalves
Edição: Clara Varginha