“É preciso de uma vila inteira para cuidar de uma criança”, este é um provérbio africano que reflete muito o momento que vivemos durante a pandemia. Apesar de todas as dificuldades presentes neste contexto, algumas escolas já retornaram, em 2021, ao ensino presencial. É preciso destacar que, no início do isolamento, quando as escolas foram fechadas, conseguimos ver claramente que para cuidar de uma criança é necessária uma rede de apoio.

Ao longo do processo de ensino remoto, muitas professoras entraram em uma maratona de trabalho que tinha como objetivo garantir o contato com os alunos. Buscava-se, desse modo, fazer a manutenção de um ambiente escolar, mesmo que por meio de algumas folhas de papel, grupos de Whatsapp ou, até mesmo, por meio de algum link na internet.

Professoras e professores, mesmo que aposentados, ajudando a imprimir exercícios, a entregar aos alunos, deixando atividades na padaria para os pais pegarem mais tarde, naquele mesmo dia, mandando incansáveis áudios nas mais diversas redes sociais para os alunos explicando e “reexplicando” a matéria…

Pais de outros alunos, vizinhos e qualquer um na rua que tivesse uma impressora funcionando ou um sinal de wifi já estavam prontos pra ajudar. A comunidade se uniu para manter as crianças e adolescentes na escola, simplesmente porque acreditam que a educação é importante e valiosa.

Porém, infelizmente, estudar, mais uma vez, não é algo acessível a todos. Mesmo com todos os esforços feitos pelos profissionais da educação, acesso à internet, celulares, computadores, materiais escolares, impressoras e, até mesmo, a estrutura física da escola, muitos atrasaram seus estudos por mais de um ano e outros, simplesmente, desistiram. Algumas redes de apoio têm mais buracos do que nós.

Texto: Louise Zin

Revisão: Samantha Souza

Imagem: Green Chameleon

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