A presidente Dilma Rousseff visitou ontem, 20, a cidade de São João del – Rei, com o objetivo de lançar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, que irá destinar R$ 1,3 bilhão para a recuperação do patrimônio histórico de 44 municípios brasileiros. São João del – Rei vai receber  R$ 41 milhões, que serão diretamente aplicados em obras de 15 monumentos da cidade. Cerca de R$ 550 mil serão investidos em sinalização turística, na implantação de placas e equipamentos que facilitem a localização de visitantes na cidade.

Participaram do evento o vice-governador de Minas Gerais Alberto Pinto Coelho, a ministra da Cultura Marta Suplicy, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Pimentel, o prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda, além do prefeito de São João del – Rei Professor Helvécio Reis.

Criado em 2009, o PAC Cidades Históricas tem como missão desenvolver e proteger o patrimônio brasileiro. Os recursos geralmente são investidos na recuperação e revitalização das cidades, na restauração de monumentos, no desenvolvimento econômico e social e no suporte a associações locais. Em Minas Gerais, serão destinados cerca de R$ 300 milhões, que serão distribuídos entre as cidades de Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana, Congonhas, Sabará, Serro, Diamantina, além de São João del – Rei. 

O valor que a cidade irá receber será aplicado na recuperação das suas principais igrejas, nas casas de Bárbara Heliodora e do Barão de São João del – Rei, no prédio da prefeitura, no Complexo Ferroviário, na biblioteca da cidade, no Chafariz da Legalidade e em algumas das pontes. 

Para Érica, pedagoga, a cidade ganha muito com esse valor que será recebido. “Por ser uma cidade histórica, existem prédios, igrejas, escolas tombadas pelo patrimônio histórico, que precisam de uma conservação. Nós precisamos de uma ajuda financeira para que a população e os turistas continuem sendo atendidos. Acredito que é uma força para nós e, sendo o Helvécio o prefeito e presidente da APAC, é mais um benefício. O apoio do governo federal é fundamental para que possamos crescer”, considera.

Segundo a pedagoga, em um período de manifestações contra o Governo, a vinda da Dilma é uma oportunidade de se rever em quais aspectos a cidade pode melhorar. “A imagem dela já está um pouco desgastada. Aqui, ela pôde tentar melhorá-la, olhando para o lado do turismo e da conservação do nosso patrimônio”, comenta ela.

Maria Thereza, aposentada, também compareceu ao evento, apesar de se considerar uma cidadã apolítica. “Eu detesto política, mas detesto injustiça também. Em uma cidade do interior, nós vemos certas mazelas acontecerem muito mais de perto” A aposentada afirma que, por mais capacitação que um presidente possa ter, é difícil administrar uma extensão territorial como a que nós temos. Ser presidente, ou assumir qualquer cargo de chefia é complicado”. Ela finaliza: “espero que esse dinheiro que está vindo para São João del-Rei seja bem administrado”. 

Porém, Marcelo Marchiori, representante da Central Sindical e Popular, contesta, dizendo que a destinação de verbas para a área de turismo é uma obrigação do Governo. “Não é um benefício que está sendo dado por uma candidata especial não, é uma opção política obrigatória do Governo. O que mais está chamando a atenção neste evento é todo este comício que está sendo feito. A cidade é fechada, paralisada. Militantes do Partido dos Trabalhadores vêm de diversas cidades para São João del – Rei para encher o público. Cria-se todo um comício para poder lançar a nota sobre uma verba que é muito mais um evento político do que a atitude do Governo em si. É por isso que a população se manifesta”, analisa.

Para a chegada da presidente, o comércio nos quarteirões da Avenida Tancredo Neves e da Avenida Hermílio Alves foi fechado até as 13h30 e foi interditado o trânsito nas ruas que davam acesso ao palco, montado na Praça Tancredo Neves. 

VAN/ Maria Clara Lauar

Foto: Bruno Marques

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