São João del-Rei recebeu nesta terça, 20, a visita da presidenta Dilma Rousseff, que veio para lançar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas mineiras. Durante a cerimônia, um grupo de policiais federais, que veio de Juiz de Fora, protestou contra o governo.

De acordo com o representante do movimento Robson Silva, papilocopista da PF, eles estavam manifestando para que a Polícia Federal possa ser eficiente, para que os cargos e funções possam ser designados àquelas pessoas que realmente sejam capacitadas. “Temos agentes, engenheiros, químicos, contadores, pessoas com alto gabarito que poderiam estar chefiando outros setores dentro da PF, que não a polícia judiciária”, relata. 

Nos últimos anos, doze policiais cometeram suicídio e, de acordo com pesquisa, 30% dos policias têm problemas psicológicos ou psiquiátricos. “Queremos uma solução para o que gera esse tipo de problema. Toda vez que o Governo nos chama para uma negociação, chegam na expectativa que aceitemos algum aumento salarial. Estão sempre propondo os 15,8% de aumento oferecidos à todas as categorias. Não estamos trabalhando pela questão salarial, estamos trabalhando pela atribuição”, queixa-se o representante.

Segundo Robson, o governo não demonstra interesse para que a PF seja eficiente. “Durante esse ano, quase um trilhão de impostos foi arrecadado e a estimativa é de que 55 bilhões foram desviados. Onde está a Polícia Federal pra fazer esse tipo de combate? Essas operações caíram. No ano passado, foram 71 dias de greve e, após um ano do seu término. O Governo ainda não teve uma solução para o nosso problema, que é exatamente legislar as atribuições de nível superior”, considera. 

Comparando à carreira de outros profissionais, como a do professor, muito questionada sobre sua baixa remuneração, Robson aponta, “os salários dos professores têm a ver com a política do governo em relação à educação. Não são os policiais federais que estão ganhando bem, é o professor que está ganhando mal. O professor é sim a base de todas as profissões, inclusive deveria ser, também, a do político”.

A reivindicação proposta nesta terça é exclusiva dos agentes, dos papilocopistas e dos escrivães da Polícia Federal. Delegados e peritos, que já haviam entrado em greve e conseguiram um acordo com o governo. 

VAN/ Maria Clara Lauar
Foto: Bruno Marques

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