Semana Santa tradicional da Cidade dos Sinos aproxima fiéis do sacrifício de Cristo

Para o catolicismo, a cruz representa a salvação e o amor, que vai além da morte
Para o catolicismo, a cruz representa a salvação e o amor, que vai além da morte

São João del Rei, mais uma vez, foi foco nacional nas solenidades da Semana Santa, especialmente no dia de ontem, Sexta-feira Santa (25), data em que é celebrada a Paixão de Cristo segundo o catolicismo. O sermão do descendimento da cruz foi pregado na escadaria da Igreja das Mercês pelo Bispo Diocesano, Dom Célio de Oliveira Goulart, e logo após se iniciou a procissão do Enterro do Senhor.

“A cruz é como que um toque do amor eterno nas feridas mais dolorosas da existência terrena do homem”, Encíclica Dives in Misericordia. Essas palavras escritas por São João Paulo II traduzem a essência da pregação de Dom Célio no momento da retirada do Cristo da cruz. Dessa forma, o amor é visto pela Igreja como a salvação pela entrega do filho de Deus aos homens.

A noite foi marcada pelo pelo recolhimento e contrição dos fiéis, que vieram de vários lugares do país para prestigiar a tradição São-joanense. A docente Michele Farage é natural de Leopoldina, mas mora em Juiz de Fora. Nesse ano ela veio especialmente para as celebrações, e conta que já morou em São João del Rei por três anos. “Essa é a época que me traz melhores lembranças de quando eu morei aqui”, disse. Além disso, Michele destaca a beleza da cidade e que vê uma particularidade nas celebrações do centro histórico.

A celebração do mistério da salvação também traz de volta quem nasceu na cidade. O professor Luciano Vieira é natural da Cidade dos Sinos, mas atualmente mora em Belo Horizonte. Conta que sempre vem participar da Semana Santa porque é uma tradição familiar, “não falto nunca!”, ressalta. Em relação aos personagens bíblicos retratados na Sexta-feira Santa, ele comenta: “A Verônica me chama muita atenção pelo fato dela cantar, e de ter acompanhado Jesus e Maria até a crucificação”.

“O vos omnes qui transitis per viam”, o canto de tristeza da Verônica
“O vos omnes qui transitis per viam”, o canto de tristeza da Verônica

A celebração foi transmitida em rede nacional ao vivo, assim como as anteriores, televisionada pela TV Aparecida. O Padre Evaldo Souza é apresentador do programa Bem Vindo Romeiro do canal, e acredita que a Semana Santa da cidade é inspiradora para todo o país tanto por ser um marco histórico e tradicional, quanto pela religiosidade. “A gente se inspira em São João para inspirar a vida da Igreja no Brasil inteiro”, relata.

Bem como a personalidade do povo São-joanense, a singularidade que a religiosidade local transparece é um dos motivos pelo carinho especial que o Padre criou pela cidade. “A grande mensagem que fica, sobretudo para um mundo tão conturbado, é a de transformação pelo amor de Cristo que sofreu por nós no Calvário. É a esperança na grande vitória do ressuscitado. Quando vivemos como Ele, cada um de nós fazendo um pouco pelo outro, plantamos sementes de amor nesse mundo tão machucado”, acrescenta.

Procissão pelo centro histórico revive o enterro de Cristo
Procissão pelo centro histórico revive o enterro de Cristo

Lavras

Em Lavras, após vigílias e encenações durante todo o dia, às 17h a população começou a se concentrar em frente à Igreja Matriz da cidade onde aconteceu, até aproximadamente 19h o sermão do Padre Joãozinho que falou, durante a encenação da descida do corpo de Cristo da cruz, sobre a Santíssima Trindade, as 7 palavras de Cristo, além de incitar a luta pela justiça social “Os cristãos tem como objetivo ajudar os mais pobres” afirmou. A procissão fechou a rua principal da cidade e ocupou cerca de 6 quarteirões, Elaine Barbosa Muniz, professora universitária, que participou do evento aprovou o sermão do padre “ele foi muito objetivo, colocou as pessoas para realmente refletir não só sobre o momento, mas sobre a vida” e ainda disse “essa procissão estava muito grande, o que demonstra o quanto as pessoas buscam estar  reunidas nesse momento, é um momento, acima de tudo, de reflexão”. A procissão deu a volta no centro da cidade e retornou a Igreja para o encerramento aproximadamente às 20h30.

TEXTO/FOTOS SÃO JOÃO DEL-REI: Emanuel Reis

TEXTO/FOTOS LAVRAS: Talita Tonso

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