Em comemoração ao dia internacional da dança, São João del-Rei mostra as suas formas de expressar na dança.

A bailarina de dança do ventre, Giullia Mauricc, se apresentando. FOTO: Arquivo Pessoal/Giullia Mauricc
A bailarina de dança do ventre, Giullia Mauricc, se apresentando. FOTO: Arquivo Pessoal/Giullia Mauricc

Hoje, 29, é comemorado o dia internacional da dança, data escolhida por marcar o nascimento de Jean-Georges Noverre, mestre francês da dança. Noverre é conhecido por atribuir expressividade a dança por meio da simplificação na execução de passos e na sutileza nos movimentos. Ele ainda escreveu um conjunto de cartas sobre o balé da sua época, “Letters sur la Danse.”

Entre nós, brasileiros, por coincidência, a data está relacionada ao aniversário de Marika Gidali, bailarina que fundou o Ballet Stagium, junto com Décio Otero, em 1971, na cidade de São Paulo. Essa incrível personalidade inaugurou no Brasil uma nova maneira de se apreciar e fazer dança.

Saulo em uma de suas apresentações na sua escola. FOTO: Arquivo Pessoal/Saulo Giovanni Silva
Saulo em uma de suas apresentações na sua escola. FOTO: Arquivo Pessoal/Saulo Giovanni Silva

É importante frisar que a comemoração desse dia é uma mobilização para aumentar a atenção pela importância da dança entre o público geral. A dança é parte integral da cultura humana através de sua história. Existem variados tipos de dança, todos com o mesmo objetivo: se expressar. A dança é uma linguagem corporal ligada ao sentimento da pessoa.

Hoje em dia, ela é vista como uma forma de ajudar na inclusão social e de quebrar esteriótipos impostos na sociedade, foi-se o tempo em que apenas uma parcela da sociedade tinha acesso a esse tipo de entretenimento.

Em São João del-Rei existe um grande incentivo a cultura com diferentes tipos de grupos musicais, teatrais e de dança. Os grupos de dança incentivam a inclusão social, oferecendo oportunidades para crianças e jovens de renda menor tenham acesso a esse tipo de cultura. Além disso, a dança já ajudou pessoas com diversas deficiências.

Como é o caso do estudante da E. E. Garcia de Lima, Saulo Giovanni Silva, de 18 anos, que é deficiente auditivo. Ele conta que começou com o break dance há alguns anos e a sua dança o ajudou de diversas formas, ele diz ter conhecido pessoas e aprendido a comunicar com elas. “Eu conheci pessoas e mesmo sendo surdo fui aprendendo devagar a me comunicar com elas. Antes disso era sozinho, por isso amo dançar”, declara. 

Os esteriótipos que são colocados em relação ao que deve ser considerado dança e o que não é, vêm sendo quebrados dia após dia. A bailarina de dança do ventre, Giullia Mauricc, de 21 anos, acredita que esse tabu está relacionado com o olhar malicioso que a pessoa possa ter, além de ter influência da cultura religiosa também. “Muita gente vê a dança do ventre como uma coisa vulgar pelo fato de ter sido criada com o intuito de sedução. Porém no Oriente Médio não existe esse tabu, crianças, mulheres e homens costumam praticar essa dança. Por conta da nossa cultura religiosa, as pessoas podem achar que as vestimentas são desrespeitosas, as pessoas estranham isso”, diz,

 Sua dança é muito sentimental e que a partir disso ela diz que passou a ver tudo com outros olhos. FOTO: Arquivo Pessoal/ Sua dança é muito sentimental e que a partir disso ela diz que passou a ver tudo com outros olhos. FOTO: Arquivo Pessoal/Giullia Mauricc
Sua dança é muito sentimental e que a partir disso ela diz que passou a ver tudo com outros olhos. FOTO: Arquivo Pessoal/Giullia Mauricc

Para ela, é necessário apoio e incentivo de órgãos públicos ou até mesmo nas escolas para que a dança ganhe mais visibilidade. “As crianças deveriam aprender a importância da dança como atividade física e mental.” No caso da dança do ventre, Giullia diz que o maior ponto é a dificuldade de divulgação, e é preciso investimento em seus figurinos e nas técnicas de dança. Giullia costuma ter uma frase que passa sempre em sua cabeça, que é: “A dança não transformou o mundo como eu desejava, mas fez meu coração o lugar mais lindo de ser habitado.”

Sua dança é muito sentimental e que a partir disso ela diz que passou a ver tudo com outros olhos, a dança ajudou-a a evoluir em questões de responsabilidade e fisicamente a ajuda com seus problemas respiratórios, além de uma maior disposição física, “Hoje eu demonstrou quem eu sou a partir da minha arte”, declara.

Lorraine Senna, de 27 anos, professora de pole dance há 6 anos, conta que o preconceito na pratica da dança ocorre porque as pessoas não conhecem o real sentido da dança e do esporte. E para ela, esse preconceito vem sendo quebrado cada dia mais, “Esses tabus estão sendo quebrados pois o pole dance vem sendo divulgado cada vez mais, a mídia vem mostrando o que o pole dance realmente é.” Lorraine conta que ela se sente gratificada pela visibilidade que o pole dance vem ganhando, mas ainda mais feliz quando ela vê que suas alunas estão constantemente se superando e evoluindo, “O que antes elas achavam que seria impossível, agora é feito com gratificação e isso é tudo para mim.”, conclui.

Lorraine Senna e duas alunas posando para um movimento em trio. FOTO: Arquivo Pessoal/Lorraine Senna
Lorraine Senna e duas alunas posando para um movimento em trio. FOTO: Arquivo Pessoal/Lorraine Senna

 

TEXTO/VAN: Clara Ritta

COLABORAÇÃO: Maria Luísa Mello

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