Cancelamento se deve à falta de repasses do governo do Estado ao município

A segunda edição do Festival da Viola, Torresmo e Angu (FestVita) foi cancelada pela prefeitura de Santa Cruz de Minas devido à falta de repasses de verbas do Governo do Estado ao município. A prefeita, Sinara Campos, publicou na página oficial do Facebook da administração da cidade, um vídeo explicando sobre o cancelamento no último dia 06.

No vídeo, Campos alega que o festival precisaria de setenta mil reais para ser implementado. Entretanto, no momento, a prefeitura não  dispõe desse recurso: “Nós chegamos ao montante de 1 milhão de reais em recursos que não estão vindo para nós, cidadãos de Santa Cruz de Minas”, disse a prefeita. Sinara Campos também informa em  vídeo que irá utilizar o dinheiro que seria investido no festival em projetos nas áreas da Saúde (com exames e cirurgias que o município custeia) e da Educação, que está em situação alarmante, segundo ela. A prefeita espera que os recursos voltem a ser repassados normalmente e disse que, caso isso aconteça, ainda há uma esperança de que o festival seja celebrado até o fim deste ano.

Para o violeiro Francisco Antônio Lobo Leite, conhecido como Chico Lobo, 55, que contribuiu para organização do festival e também se apresentou na primeira edição, a importância do evento é imensa e não se restringe apenas ao entretenimento, mas também a identidade cultural da cidade, ao sentimento de identificação dos moradores. “Isso gera nas crianças, jovens e adultos uma sensação de pertencimento; gera também empregos e enriquece a cultura da cidade”, diz Lobo.

Ele ressalta também que estaria levando à cidade, durante o FestVita, o encontro de três dos mais atuantes e reconhecidos violeiros de Minas Gerais. “Seria o Violas de Minas reunindo Chico Lobo, Pereira da Viola e Wilson Dias. Esse encontro aconteceu em Belo Horizonte, no dia 14 de junho na praça da Liberdade, em comemoração ao Registro da Viola como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais”, explica. Apesar dos contratempos, Lobo declara apoiar a decisão de cancelamento do festival. “Foi uma decisão clara, consciente e objetiva, apesar da perda para o cultura do município, devido à situação financeira da cidade, pelo não repasse das verbas do estado; é preciso elencar prioridades”, concluiu.

Segundo Chico Lobo, a equipe de Belo Horizonte que estaria participando do evento compreendeu a situação do município e abriu mão da possível multa pelo compromisso desfeito. Os artistas esperam que o FestVita possa ocorrer normalmente em breve.

A segunda edição do evento que celebra a cultura e a tradição da localidade, ocorreria entre os dias 24 e 25 de agosto.

Texto/VAN: Emerson William e Kamila Amaral
Imagem/VAN: Divulgação

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