Por Isabela Barbosa e Lívia Antoniazzi

O projeto “Berimbalada!”, uma oficina popular de capoeira, ocorre todos os domingos, às 15h, na Rua da Cachaça. Inaugurado no dia 7 de maio deste ano, com o intuito de dar luz à cultura da capoeira, esporte afrobrasileiro que envolve dança, música e arte marcial, o curso é ministrado e dirigido pelo professor colombiano Julho Cezar Aristizabal. 

As aulas são enriquecidas pela prática de berimbau e roda aberta de capoeira. Durante a prática, o professor ressalta a importância de conhecer a história do berimbau para a cultura capoeirista como um todo, visto que o instrumento está diretamente ligado aos chakras, à construção de identidade e aos vínculos sociais. 

Julho conta que a capoeira o proporciona experiências incríveis, dentre elas, destaca sua vinda ao Brasil para se aprofundar no esporte, podendo senti-lo, estudá-lo e transmiti-lo para outras pessoas. Diante dos ambientes que permeia, o diretor do projeto comenta que estar inserido no meio da capoeira é ter, diariamente, um enriquecimento em seu desenvolvimento pessoal com os conhecimentos da rua, da universidade e das salas de aula. Atualmente, além da “Berimbalada!”, que ocorre todos os domingos na Rua da Cachaça, o professor ministra aulas de capoeiras em seu estúdio todas as segundas e quartas.

Para ele existem, também, os desafios durante a prática da capoeira, o principal deles é o preconceito. Mesmo sendo considerado patrimônio cultural e imaterial da humanidade pela Unesco, devido a sua incrível história de resistência, a capoeira, por ser uma manifestação criada pelo povo afrobrasileiro, ainda sofre diversos tipos de preconceitos. Como estrangeiro, Julho salienta que, pessoalmente, embora a capoeira seja praticada na Colômbia e em mais de 160 países, sua maior dificuldade foi falar sobre a capoeira com propriedade.

Através de suas aulas, Julho encanta crianças e adultos com as perspectivas da capoeira. Durante a “Berimbalada!”, o professor consegue atingir cada vez mais pessoas com os princípios da troca. Logo, todos os domingos, durante os encontros, é posta uma mesa de frutas, tanto para colocar, quanto para consumir. Assim, além da troca de experiências e conhecimentos, existe a troca comunitária de frutas e instrumentos.

Nas palavras de Julho, “o projeto vai durar até o tempo que a capoeira permitir”. Para participar da “Berimbalada!” basta ter interesse em aprender sobre a cultura da capoeira e comparecer à rua da cachaça às 15h dos domingos, em São João Del Rei. A oficina é realizada com recursos próprios, logo, as contribuições com valores simbólicos são recebidas com carinho para a aquisição de mais berimbaus, podendo receber cada vez mais pessoas e tornando possível, assim, a promoção de uma experiência ainda melhor.