No dia do Radialista, comemorado recentemente, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, foi anunciada pela presidenta Dilma Rousseff e pelo Ministro das Comunicações Paulo Bernardo a assinatura do decreto autorizando a migração das emissoras de rádio AM para operar na faixa de FM. Radialistas e profissionais de radiodifusão há muito tempo reivindicam às autoridades e associações do ramo essa mudança, a fim de que as transmissões tenham maior qualidade com a frequência modulada (FM) e, consequentemente, obtenham maiores índices de audiência.

Elena Cardoso, locutora da União Fm, vê com bons olhos essa migração do sinal de AM para FM: “Muitas emissoras de rádio AM possuem bons programas, mas infelizmente não temos acesso a eles pelo fato de os novos dispositivos móveis não sintonizarem tais emissoras. Nos rádios comuns, o sinal tem grande interferência e a qualidade não é boa, o que compromete a sintonia e, consequentemente a audiência. Vejo como um bom sinal essa ação do Ministério das Comunicações, da presidenta Dilma e das associações que lutaram para essa conquista. As empresas terão prazo de um ano para se adequar. Assim que os proprietários fizerem o requerimento ao Ministério, poderão continuar por um período de 5 anos com as duas frequências AM e FM, até fazerem toda a migração”, argumenta Elena.

Para a locutora Joana Silva, que está na profissão há mais de 10 anos e trabalhou na rádio Criativa FM, estando agora na rádio União FM, na profissão existem muitos desafios e é preciso gostar do que se faz para ganhar a audiência. “Muitas pessoas até têm o interesse em se tornar locutores de rádio, mas o mercado de trabalho na área não é muito grande. Não tem como todos trabalharem no setor, mas nas grandes cidades é necessário além de ter o dom, o estudo, o registro profissional, pois a concorrência é grande. Primeiramente, para atuar em rádios, os candidatos precisam ter vocação, gostar muito e serem pessoas comunicativas, criativas e ‘ligadas’ no que está acontecendo ao seu redor e no mundo para ficarem sempre atualizadas”, revela Joana.

A rádio no Brasil

As rádios no Brasil, desde a sua criação, em 1923, ganham o imaginário das pessoas através da cultura erudita e popular, por meio dos programas de auditório, rádio novelas, apresentação de cantores, bandas (festivais de músicas) e também da publicidade e marketing de diversos produtos. Desde esse período da história do Brasil foram surgindo diversas rádios por todo o território nacional, mas, infelizmente, muitas rádios de faixa AM não tiveram como migrar para a FM naquela época, com isso muitas emissoras foram prejudicadas pela interferência no sinal e também por serem acessadas em dispositivos móveis como celulares.

Existem ainda inúmeras emissoras no Brasil que operam na frequência AM e que são divididas em alcance local, regional e nacional. Para se adequarem à nova frequência, deverão fazer o pedido a partir de 1º de janeiro de 2014, aguardar a tramitação do processo – que tem previsão de duração de 4 a 5 meses. Será feita uma análise e avaliação do governo por meio da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), depois será verificado se há o espaço para inserir na faixa FM. O interessado deverá também arcar com custos para tal migração, que prevê nova licença e transmissores de FM. Existem cursos básicos no Brasil, bem como cursos de ensino superior para habilitação em Rádio e, com isso, não deverá aumentar a demanda por novos profissionais no mercado.
 

Marcus Santiago

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