Todos os dias do ano deveriam ser dedicados às mulheres. Mas como vivemos em uma sociedade padronizada, decididiu-se que o 08 de março seria a data em que o mundo inteiro iria parar para refletir melhor sobre esse gênero tido como “sexo frágil”. Só que esse dia não foi escolhido por acaso…
Era 1857 quando operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque entraram em greve. Entre as reivindicações estavam melhores condições de trabalho e equiparação de salários com os homens, pois as mulheres chegavam a receber um terço do salário de um homem para realizar o mesmo tipo de serviço. A repressão veio de forma violenta. As manifestantes foram trancadas dentro da fábrica que foi incendiada. Pelo menos 130 tecelãs morreram carbonizadas num ato de total desrespeito e falta de humanidade.
Entretanto, só em 1910, na Dinamarca,  a bravura dessas mulheres foi reconhecida e a data passou a ser celebrada no mundo todo. Apesar disso, com o passar dos anos a verdadeira história por trás do 08 de março foi sendo esquecida e outros nomes e rostos foram ganhando formas.
Era o século XX, uma época especial na vida das mulheres. No decorrer das décadas elas puderam se libertar de amarras históricas que as prendiam aos homens. O divórcio passou a se popularizar, o mercado de trabalho abriu cada vez mais as portas para o mundo feminino (apesar de os salários ainda serem baixos), a chegada dos anticoncepcionais trouxe o planejamento para a vida da mulher fértil, bem como o direito ao voto e o descobrimento do corpo que foi uma verdadeira revolução.
Apesar das conquistas serem evidentes, os muitos anos de submissão deixaram marcas profundas ainda hoje sentidas. Os índices de mulheres que sofrem agressões físicas e psicológicas dos parceiros são significativos. Muitas não tem nem coragem de denunciar seus maridos. Embora cada vez mais mulheres ocupem cargos elevados, como a presidência da republica, elas ainda continuam muitas vezes ganhando salários menores. O abuso sexual, o machismo, a falta de oportunidades, a quebra de paradigmas constituem desafios que ainda tem de ser enfrentados por todas as mulheres.
Exemplos não faltam em que se espelhar. A história nos presenteou com mulheres fortes e engajadas que  – sempre a frente do seu tempo – lutaram por seus ideais e foram, muitas vezes, julgadas por eles: Joana d’Arc, Chiquinha Gonzaga, Brigitte Bardot, Maria Bonita, Maysa Matarazzo e tantas outras que deixaram sua marca para mostrar que de frágil esse sexo não tem nada. As mulheres são fortes e quando demonstram toda sua força, vitalidade e garra provam para todos que um mundo ideal é igualitário. E que nas curvas do seu corpo mora uma força capaz de não só balançar o coração de um homem, como também de mudar o destino de uma sociedade.Texto: Thobias Vieira
Foto: Morguefile

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