Acordos para o fim da paralisação, que foi iniciada devido ao alto preço do combustível, não cessaram as insatisfações da população

No dia 21 de maio deste ano, a disparada do preço do óleo diesel levava os caminhoneiros a iniciar a greve que pararia o Brasil por dez dias e terminaria com a promessa de redução do preço do combustível nas bombas dos postos de abastecimento. Pouco mais de um mês após o término das reivindicações, será que a promessa foi cumprida?

Embora a redução de valores tenha ocorrido, os trabalhadores continuam insatisfeitos com o fato de o Brasil estar entre as cem primeiras posições dos países com as gasolinas mais caras do mundo. Cláudio Paolucci, motorista de transporte escolar, questiona: “Isso me afeta muito, pois dependo do combustível para trabalhar. A gasolina é vendida para outros países pela metade do preço que nós pagamos. Por que o povo brasileiro tem que pagar o mais caro e não o contrário?”.

A insatisfação a respeito da cobrança de um valor mínimo de frete também é um dos motivos que continuam gerando atritos entre governo, motoristas e empresários. A tabela que estabelece o valor faz parte das condições que deram fim à greve, mas a fiscalização não é cumprida à risca e muitas empresas têm transportado suas cargas a preços de mercado, assumindo o risco de sofrerem punições.

O temor geral da população é que a insatisfação volte a tomar corpo, podendo gerar uma nova onda de paralisações como a recém-vivida por todos, que deixou muitas casas desabastecidas com itens de necessidade básica, como o gás de cozinha.

“A falta de gás interferiu em toda a rotina da casa, nos impossibilitando de fazermos as refeições normalmente. Sem levar em consideração os maiores gastos por termos que pagar por alimentos congelados para micro-ondas, sendo que, quando conseguimos encontrá-los, era num valor maior do que o normal.” diz Débora Garcia, microempreendedora e dona de casa.

Débora acrescenta que “com certeza havia gás estocado, mas, infelizmente, ainda há pessoas que usam de situações como essa para tirar proveito”, ao lembrar que, durante o período da greve, no único lugar onde encontrou o item disponível, este estava sendo vendido pelo dobro do preço habitual.

Em Barbacena, segundo o banco de dados estatísticos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apenas o diesel S10 e o gás de cozinha (GLP) sofreram reduções de preço – aproximadamente 15% e 10%, respectivamente, em comparação com a semana anterior à greve -, enquanto os valores da gasolina e do etanol seguem ascendendo – aproximadamente 6,3% e 4,7%, respectivamente, em comparação com o mesmo período.

A média atual de preços na cidade revela: R$ 3,15/l para o diesel; R$ 62,7/13kg para o GLP;

R$ 4,89/l para a gasolina e R$ 3,12/l para o etanol, valores que não têm agradado àqueles que dependem do combustível para realizar suas atividades cotidianas.

Texto/VAN: Isabella Rocha e Raphaela Ferreira
Foto/VAN: Reprodução/Barbacena Online

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