Através do contato com a literatura, festival dá voz a alunos de São João del-Rei, que lançam livro na cerimônia de abertura.

Nesta terça-feira, 26, o Felit, Festival de Literatura de São João del-Rei e Tiradentes, deu início a sua 12º edição. A abertura oficial que aconteceu na Sociedade de Concertos Sinfônicos contou com a presença de Luiz Ruffato, escritor homenageado do festival. Além disso, a solenidade também foi palco para os 27 alunos da Oficina de formação de Jovens Autores Felit, que realizaram o lançamento do livro Foto&grafias de uma cidade, desenvolvido durante as aulas.

O evento teve início com o encontro com o autor homenageado, o que possibilitou os alunos da oficina a conhecerem e fazerem perguntas a Ruffato. O escritor mineiro, que é homenageado pela primeira vez em um festival, afirma a importância desse contato entre os jovens e o mundo literário. “O Brasil é um país de não leitores, então todas as atividades que envolvem e despertam nos jovens algum tipo de relação com a leitura é fantástico, porque nos permitem tentar construir uma sociedade melhor”, completa.  

A cerimônia de abertura incluiu também depoimentos de pais de alunos e da participação do curador do projeto, José Eduardo Gonçalves. O evento também disponibilizou a venda de livros de Ruffato e de diversos autores nacionais e internacionais.

 

Oficina de Jovens Autores Felit

De acordo com a jornalista e cerimonialista do evento, Adriana Barbosa, o diferencial do festival é deixar um legado para a cidade. Através da Oficina de Jovens Autores, alunos das escolas públicas e particulares de São João puderam participar diretamente da produção de um livro, desde à escrita até o lançamento. Ela ainda ressalta que “formar jovens leitores é bom pro país e pra todo mundo”.

Sônia Moraes Haddad é professora de língua portuguesa e afirma que a participação dos alunos selecionados nas oficinas é muito franca. As aulas aconteceram durante o primeiro semestre do ano, aos sábados de manhã. Os estudantes tiveram a oportunidade de se aprofundar nas obras de Luiz Ruffato, além de aprimorar a escrita.

A aluna Helena Vieira de Assis, 15, foi uma das participantes do projeto e declarou que a experiência foi muito importante para conhecer novas realidades e expandir o círculo de amizades. “Sempre gostei de escrever, mas nunca coloquei em prática então foi uma grande oportunidade”, afirma

Sônia ressalta como esse contato pode ser essencial no futuro dos adolescentes. “Quando há o incentivo a leitura, a escrita vem por consequência”. Sob seu ponto de vista, o maior problema em aproximar os jovens da literatura é que geralmente não há identificação própria com a realidade retrata. “Quando a oferta pode gerar uma significação em cada um, o interesse pela leitura surge de forma natural”.

Texto/VAN: Isabela Souza Roldão
Foto/VAN: Guilherme Guerra

 

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