Por onde anda Ian Agostini?

Ex-aluno do curso é correspondente internacional do Grupo Globo durante a Copa do Mundo

 

Ian Agostini tem 25 anos, é natural de São João del-Rei e estudou no nosso curso por dois anos. Depois, conseguiu uma bolsa de estudos numa faculdade dos Estados Unidos, onde  podia estudar e atuar pelo time de futebol da instituição. Formado na Notre Dame College, ele ainda trabalhou um ano na Universal Studios e voltou ao Brasil para participar do “Passaporte SporTV”, projeto que abre espaço para jovens talentos atuarem como Correspondentes Internacionais durante grandes eventos esportivos. No momento, ele está na Coreia do Sul e bateu um papo com a nossa equipe. Confere aí!

Quem é Ian Agostini? Apresente-se!

Vamos lá! Meu nome é Ian Agostini, tenho 25 anos, nasci em São João del-Rei. Estudei em três escolas: no Catavento, no Instituto Auxiliadora e no Frei Seráfico, quando eu me formei. E logo depois de me formar eu já comecei o curso de Comunicação na UFSJ. Fiz 2 anos do curso e depois transferi para os Estados Unidos.

Por que se transferiu?

Recebi uma proposta de bolsa esportiva da Ouachita Baptist University para representar o time de futebol da faculdade. Fiquei um ano e meio nessa nessa universidade e depois transferi para Notre Dame College. Recebi uma proposta de bolsa maior, que era uma bolsa tanto esportiva quanto acadêmica. Era um projeto bacana e fui para lá, fiquei mais um ano e meio e me formei por lá mesmo.

E depois da formatura?

Depois de me formar, eu peguei um visto de trabalho americano, que dá a possibilidade de estrangeiros que se formaram nos Estados Unidos trabalharem por um ano lá. Nesse período trabalhei na Universal Studios com pesquisa de mercado, lá em Orlando, na Flórida.

E logo depois desse período eu voltei para o Brasil e comecei e comecei a trabalhar no Grupo Globo, com a parte esportiva. Eu produzo conteúdo tanto para TV Globo quanto para o SporTV e o site globoesporte.com. Fiquei 7 meses no Rio de Janeiro em treinamento para esse momento. Estou agora como correspondente internacional e eu estou sozinho, né? Eu tenho que filmar, editar, reportar… Tenho que fazer tudo! Tem que mandar a reportagem basicamente pronta para eles finalizarem no Brasil.

 

Você será correspondente em qual país?

Estou na Coréia do Sul desde o comecinho de abril. Não sei se vai ser o tempo inteiro aqui,  porque provavelmente a Coreia do Sul vai ser eliminada na primeira fase ou quem sabe nas oitavas de final – que já seria uma surpresa e tanto, né? Então eu não sei se eu vou ficar aqui até o final ou se eles vão me mandar para o outro país que ainda esteja disputando a Copa. Está em aberto ainda.

Veja um dos trabalhos de Ian no Canal SporTV:

 

Como era o Ian na juventude?

Eu não mudei muita coisa para te falar a verdade. Já era fanático por futebol e sempre joguei desde moleque. Ficava o dia inteiro no Athletic Club. Sempre morei ali pertinho e passava o dia inteiro no clube jogando futebol. Se eu não tivesse jogando futebol estava assistindo futebol pela TV. Estava sempre também rodeado de amigos, nunca gostei muito de ficar sozinho para falar a verdade. Eu nunca me contentei muito em ficar muito tempo no mesmo lugar – estudei em tem três universidades, mudei de escola quatro vezes… Enfim,  sempre estou procurando, de certa forma, buscar o melhor para o momento.

 

Quando Jornalismo e Esportes começaram a fazer parte da sua vida?

Eu sempre gostei muito de ler, muito de pesquisar,  muito de escrever também. Escrever é uma das coisas que eu mais gosto na vida. Logo, pensei:  pô, o que é que une essas duas coisas? É o jornalismo esportivo! Então desde pequeno eu sabia que seria isso. Isso estava muito claro na minha cabeça desde a quinta, sexta série.

A única coisa que me preocupava um pouco era o fator do jornalismo. A gente sabe que é uma profissão que não é muito respeitada, em que a gente rala muito para ganhar pouco. De vez em quando o Direito meio que assombrava a minha escolha pelo jornalismo (risos). Mas assim, era muito de longe e muito pelo fato também de ter advogados na família. O jornalismo foi uma escolha muito tranquila já sabendo do jornalismo esportivo.

Eu fiz a faculdade já pensando nisso. O engraçado é que eu só tive uma bolsa esportiva na atlética da UFSJ, mas fora isso não havia trabalhado com esporte antes de começar a trabalhar na Globo. Já comecei no meio de comunicação que era dos meus sonhos.


Como você ficou sabendo da possibilidade de fazer parte do Passaporte SporTV?

O Projeto Passaporte está na quinta edição. Eu já tinha conhecimento desse projeto de edições anteriores e para mim sempre foi a “menina dos olhos” quando eu reunisse os pré-requisitos necessários para me aplicar.

Eu lembro exatamente o momento que eu descobri que as inscrições estão abertas. Eu estava nos Estados Unidos ainda, morando em Orlando, saindo de um dia de trabalho na Universal Studios. Parei no sinal de trânsito, estava na minha motinha que eu tinha na época e começo a olhar o celular, que tava no guidon.

Eu começo a mexer no globoesporte.com e descendo no site, de repente aparece a propaganda: Inscrições abertas Projeto Passaporte SporTV. Aí eu lembro de um momento que me marcou demais: era um dia de um solzão bravo.

Nesse dia eu levantei minha cabeça para o céu, fechei o olho com força e tive uma conexão divina. “Eu quero muito isso! É o que eu mais quero nessa vida.” E fui para casa com um turbilhão de coisas passando pela cabeça. Eu nunca tinha chegado a fazer nenhuma dinâmica de grupo na minha vida. Por mais que eu visse a possibilidade como distante, eu sabia que eu ia que eu ia dar tudo de mim para conseguir.

 

E como foi o processo?

Foram oito etapas. A primeira delas foi análise de currículo. A segunda foi uma prova online de inglês, que mesmo eu já morando nos Estados Unidos há 4 anos foi f*** para caramba. A terceira etapa foi uma prova de conhecimentos gerais esportivos, com 30 perguntas cronometradas relacionados à Copa do Mundo e política.  A quarta etapa – que foi a última que eu pude fazer nos Estados Unidos – foi gravar um vídeo “vendendo o meu peixe”.

Eu tive a notícia que eu passei nessas numa sexta-feira e eles queriam que eu já voltasse ao Brasil para fazer a quinta etapa – a primeira presencial – na quarta-feira. Era a dinâmica de grupo.

Eu vendi minha motinha, falei com a galera que era meu último aluguel, comprei minha passagem e segunda-feira estava voltando para o Brasil.

A sexta etapa foi uma prova de inglês online via Skype. A sétima etapa foi a mais difícil de todas: a gente teve que montar uma reportagem do zero. Mais ou menos o que a gente tem que fazer aqui como correspondente: tinha uma hora para ter uma ideia – que era tema livre – e você tinha que ir para a rua filmar, editar e depois apresentar lá. 

E aí o pessoal falou: “ontem uma galera fez de treino de times… curso de russo aqui no Rio de Janeiro… A gente quer coisas diferentes! Queremos que vocês vão um pouco além.” Então eu fui falar de sonhos, né? Eu tô aqui por um sonho então vou falar sobre sonhos.

Foi um sucesso! Esse foi meu passaporte para entrar. Me deu uma confiança boa. A última etapa foi uma Sabatina de 20 minutos com sete chefes do grupo Globo. De mais de 4 mil inscritos na primeira etapa, ficaram 6 no final. Graças a Deus eu fui um deles.

 

Ian ainda contou que encontrou uma outra ex-aluna do curso na sétima etapa do processo

Na última etapa, quando era a entrevista, eu chego na Globo nervoso pra caramba e dou de cara com uma veterana minha da UFSJ, a Emanuelle, que estava também nessa última etapa. Eram 14 pessoas para 6 vagas. Ela era minha veterana imediata na UFSJ, uma coincidência bizarra.

Ela foi antes de mim na entrevista, não conseguiu, mas mandou tão bem que mesmo ela não passando para esse projeto, eles contrataram ela para o globoesporte.com

 

Entrevista: André Lamounier