Estudantes de Jornalismo são destaques no Seminário de Iniciação Científica da UFSJ
Primeira edição do evento aconteceu em 1993, quando a UFSJ ainda era FUNREI
A 26ª edição do Seminário de Iniciação Científica (SIC) da UFSJ terminou no dia 11 de outubro. O evento, que faz parte da programação do Congresso de Produção Científica da Universidade Federal de São João del-Rei (CPC UFSJ), mobilizou cerca de 200 estudantes de diferentes departamentos da instituição.
Nesta edição, o curso de Comunicação Social – Jornalismo e o Departamento de Comunicação Social (DCOMS) foram representados por 12 trabalhos desenvolvidos entre 2018 e 2019. Confira os títulos:
Título do Trabalho | Autoria | Orientação |
Uma história de amor e ódio: análise das crônicas de Ignácio de Loyola Brandão sobre a cidade de São Paulo | Beatriz Bezerra Estima | Prof. Dr. Jairo Faria Mendes |
Herói dos pobres e vilão dos republicanos: análise da cobertura do Jornal do Brasil de Antônio Conselheiro e da Guerra dos Canudos | Giulia Attolini Muraro | Prof. Dr. Jairo Faria Mendes |
Era uma vez: a mudança na imagem da mulher nos principais filmes de princesa da Disney | Rhayssa Jennipher Souza dos Santos | Prof. Dr. João Barreto da Fonseca |
Como as ferramentas de publicações digitais contribuem para o fenômeno das fake news | Scarlet Freitas da Trindade | Prof. Dr. João Barreto da Fonseca |
Marlene Bergamo: na contramão da invisibilidade da mulher no fotojornalismo brasileiro | Camille Gallo Miranda | Profa. Dra. Kátia Hallak Lombardi |
Retratos de vidro: fragmentos da história de São João del-Rei nas fotografias de André Bello | Yasmim do Nascimento Pinto | Profa. Dra. Kátia Hallak Lombardi |
O que resta da Pátria de Chuteiras: a representação da Seleção Brasileira de Futebol pelas crônicas esportivas do jornal O Globo durante a Copa de 2018 | Victória de Souza Fernando | Prof. Dr. Francisco Ângelo Brinati |
O impacto da convergência digital: a migração dos jornalistas dos veículos tradicionais para as redes sociais | Rachel dos Santos Silva | Profa. Dra. Luciene Fátima Tófoli |
Análise das estratégias discursivas das mulheres presidenciáveis sobre a questão do aborto | Clara Fernandes Santos da Silva | Prof. Dr. Luiz Ademir de Oliveira |
As estratégias midiáticas dos candidatos ao Governo de Minas Gerais no Facebook em 2018 | Fernanda Mayumi Palmieri Nakashima | Prof. Dr. Luiz Ademir de Oliveira |
Sistemas e políticas de comunicação: uma análise do conflito entre oligarquias e mídia no Campo das Vertentes de Minas Gerais | Iuri Fontora Almeida | Prof. Dr. Luiz Ademir de Oliveira |
Comunicação Insurgente: o rap, as subjetividades pretas e a indústria de cultura | João Vitor Bessa Cordeiro de Souza | Profa. Dra. Vanessa Maia Barbosa de Paiva |
Entre os melhores da SIC
Dois artigos de Jornalismo estão na lista de destaque e menção honrosa. Um desses trabalhos foi o da recém-formada, Clara Fernandes. Ela afirma que, mesmo já tendo colado grau, fez questão de apresentar o trabalho na CPC, “por gratidão ao curso, ao meu orientador, e para mostrar a potência do curso de Jornalismo para a produção científica da UFSJ”.
De acordo com Clara, o aborto foi escolhido como temática central, devido a sua evidência no ano de 2018, com a discussão do STF sobre o tema e a grande movimentação sobre este assunto: “optamos também por analisar apenas as chapas que tivessem mulheres, sejam elas candidatas a presidência ou à vice-presidência (Manuela D’Ávila, Ana Amélia, Marina Silva e Kátia Abreu). Foi feito uma análise de conteúdo investigando o enquadramento e o enfoque dado pelo portal Universia à questão do abordo, e as estratégias discursivas utilizadas pelas candidatas para responder às perguntas sobre o tema”.
O estudante João Vitor Bessa (foto da capa), que ficou entre os destaques da edição do CPC, revela que pensa em seguir carreira acadêmica e também explica um pouco sobre o título de seu trabalho, que aborda a “comunicação insurgente”: “tirei (o termo) de um dos livros que foram a base para o artigo – ‘Brasil Periferia: comunicação insurgente do hip-hop’, escrito pela Andrea Moassab. A comunicação insurgente diz respeito a comunicação daqueles que vêm debaixo, a comunicação dos que são subalternizados, ‘periferizados’, silenciados e marginalizados pela estrutura social. Esse conceito tem muito a ver com a ideia de comunicação contra-hegemônica do hip-hop que essa autora trata”.
Clara, inclusive, dá uma dica aos futuros colegas de promissão que ainda estão na graduação: faça uma iniciação científica.
“Com ou sem bolsa, nas mais variadas linhas de pesquisa, no começo ou no finalzinho da graduação (como no meu caso), mas faça. Produza conhecimento científico na sua área.
Nós temos essa imagem errônea de que alguns alunos têm perfil ‘de mercado’ e outros têm perfil ‘de academia’, mas isso é uma bobagem. Fazer iniciação científica me tornou uma jornalista melhor. Desenvolver uma pesquisa cria habilidades como disciplina, perspicácia, capacidade analítica e escrita. Artifícios que eu levo também para a minha vida profissional”.
Aos interessados na área científica
A carreira acadêmica é um entre os vários campos de possibilidades profissionais que o egresso de Comunicação Social – Jornalismo na UFSJ pode seguir. Orientador do trabalho da Clara, Prof. Luiz Ademir de Oliveira lembra que, nesses 10 anos de existência do curso, linhas importantes de pesquisa foram consolidadas no curso, “o que tem facilitado o ingresso dos alunos em programas de pós-graduação”.
No entanto, para o docente, boa parte dos estudantes se familiarizam com as técnicas de investigação e produção científica ao participarem de projetos de iniciação científica – quando podem praticar, por exemplo, uma pesquisa bibliográfica, análise de dados e a produção de um artigo, além de marcarem presença em congressos da área.
“Quem deseja fazer uma iniciação científica pode, a partir do segundo período, procurar um professor com quem tenha maior afinidade teórica para que possam conjuntamente elaborar um projeto a ser submetido à Câmara de Iniciação Científica”, finaliza Luiz Ademir.
Texto: Arthur Raposo Gomes
Fotos: Arquivo pessoal – João Vitor Bessa e Clara Fernandes