Momento de luta

Momento de luta

 

13118931_522582457926234_61690768769030454_n

Engana-se quem pensa que os jovens universitários só querem saber de festas ou bebidas. Há muito mais na força juvenil: há a luta. Os universitários estão cada vez mais adotando a militância política e social como uma forma de lutar por seus direitos, principalmente no atual cenário brasileiro. Com isso, muitos coletivos são criados dentro e fora da universidade e, com o apoio do jovem estudante, ganham mais força e ação.

Cheyene Vieira de 19 anos, estudante de jornalismo, viu no movimento social uma forma de ação efetiva contra os descasos do governo. Ela participa do Coletivo Quilombo, da Frente Brasil Popular e do recém-criado UFSJ Pela Democracia. Ambos surgiram com o objetivo de levantar pautas e combater pelos os direitos que foram negados às minorias e instituições.

14192017_774681086007005_5123183748183018116_n

A estudante acredita nas mudanças que os jovens brasileiros podem causar “A juventude é o sangue novo dentro do movimento. É ela que tem energia para estar lá, sem ela é muito difícil continuar”. Apesar de ter começado a militância no Coletivo Quilombo há apenas um pouco mais de um ano, Cheyene sempre esteve à frente das lutas como, por exemplo, nos movimentos feministas. No entanto, ela conta que o contato com esse tipo de coletivo se intensificou quando veio para São João del-Rei “A cidade que eu morava era muito pequena, não tinha um movimento social consolidado”.

Felipe Januário, 23, também estudante de jornalismo, participa, além do Coletivo Quilombo, do Contra Corrente que está em processo de consolidação e que surge como uma iniciativa de comunicação da Frente Brasil Popular. Ele já atuava dentro do movimento estudantil da UNIFAL onde estudava antes de entrar para a UFSJ.  Foi, no entanto, participando do Coletivo Quilombo que ele realmente se viu como militante. Para Felipe, a comunicação é essencial nesse processo de luta por direitos, é através dela que se tem a ideia do que está acontecendo e a partir disso formar uma opinião. “Eu costumo dizer a frase do Repórter Esso: ‘nós somos testemunhas da história’, mas não só isso, a comunicação  não é a apenas para divulgar, mas para dar força”, comenta.

12993494_1085867941436243_4964628799216043458_n

Cheyene e Felipe

Para Cheyene e Felipe, como para vários militantes, a discussão política é extremamente necessária em sala de aula. “A gente nunca é neutro, nunca é apartidário. Quando a gente não toma um partido; quando a gente não ocupa um espaço, alguém está ocupando!” defende Cheyene. É por isso defendem que a luta deles dentro da universidade é tão necessária.

Os movimentos sociais são subsidiados, muitas vezes, nas vendas de objetos criados pelos próprios participantes e de festas promovidas para arrecadar fundos. Alguns sindicatos ou partidos os ajudam, mas nem sempre isso ocorre. Ainda assim, há emoção em poder participar efetivamente da história do Brasil. Cheyene conta que uma das histórias mais arrepiantes da sua vida como militante foi o encontro em um congresso onde vários ativistas da mesma causa se reuniram: “A galera vai chegando, vai todo mundo se encontrando gente que não se vê há anos. Eu acho que é um momento de união”.
As reuniões dos coletivos não possuem data e horário fixo. Isso é sempre decidido a cada reunião. Para mais informações sobre o Coletivo Quilombo e da Frente Brasil Popular.

 

Texto: Beatriz Estima

Revisão: Julia Benatti

Imagens: Arquivo Pessoal