Olhares – Cecília Santos

cecilia

Créditos: Pedro Garbo

A minha relação com o sentido visão, com imagens, sempre foi bem estreita. Os meus olhos não só vêem, mas cheiram, sentem e escutam, principalmente. Às vezes foi vendo que aprendi a ouvir. E a falar também. E foi assim que a fotografia surgiu na minha vida, como uma forma de expressão. Foi o jeito que encontrei de botar as coisas pra fora. E daí eu comecei a tirar umas fotos quando tinha uns quatorze anos. Fiz um flickr, fazia umas legendas-poemas pras fotos. Até que o jornalismo entrou na minha vida. E a minha visão passou a ouvir bem mais, além de falar o que tem dentro de mim. Sinto que eu posso escutar e deixar que outras pessoas falem por meio da minha visão, da foto que eu tiro.

Escolhi umas fotos que tirei na Festa do Rosário de Dores do Indaiá em 2015, cidade que morei durante os primeiros onze anos da minha vida. Lá, o congado é uma tradição ainda bem forte, o povo que dança e participa da festa tem bastante fé. Todo ano em agosto, o congado deixa a cidade cheia, muitos ternos coloridos, muita música, muita dança. É muito incrível a energia dessas pessoas, dessa fé.

Texto: Cecília Santos