Oficinas compartilham experiências de Comunicação
Fraldas, brinquedos , mamadeiras e cadernos espalhados. É assim a rotina de quem é mãe e precisa, ao mesmo tempo, estudar. Amanda Magalhães é aluna do 7° período de Comunicação Social da Ufsj e é mãe da Valentina, uma gracinha de bebê de 11 meses. A vida da Amanda virou de cabeça para baixo desde que descobriu que estava grávida, mas isso não a impediu de continuar lutando para conseguir terminar a faculdade e tornar-se uma jornalista.
Sua maior dificuldade é poder cumprir o papel de “mãe presente” e ao mesmo tempo conseguir realizar todos os trabalhos que a Universidade exige. Isso implica uma séria questão: a ausência de uma creche nos campi da Universidade. Amanda conseguiria realizar os trabalhos acadêmicos e o trabalho de monitoria do qual participava sem ter que mobilizar sua família inteira para tomar conta da pequena Valentina. E não só ela, como outras mães, alunas e funcionárias, poderiam se beneficiar disso.
O dilema de tentar ser presente para sua bebê e pensar na sua vida profissional traz à Amanda uma infinidade de questões para tratar. Uma delas se refere a comentários por vezes preconceituosos ou ofensivos. “Todos os dias eu ouço comentários como ‘quem deve cuidar são seus pais né?'” ou “’Você não sabia que existe remédio?’. Mas eu não me importo”, assegura.
Mas de modo geral as pessoas com quem Amanda se relaciona na faculdade, como colegas e professores, são bem compreensivos. “O pessoal da sala sempre entende quando eu não posso participar das reuniões”, comenta. Sobre o apoio dos amigos ela conta: “Eles fizeram um chá de fraldas quando eu estava grávida”. E alega se sentir perdida por ter dificuldade em acompanhar o ritmo das aulas, bem como o da turma: “Eu só consigo conciliar por conta do apoio dos meus pais e dos amigos”.
A pequena Valentina às vezes acompanha a mãe na Universidade. A bebezinha que encanta aos olhos de quem quer que a veja, de primeira não deixa transparecer a criança arteira, comum durante essa idade, que está conhecendo o mundo. Amanda conta que uma vez gravou uma matéria para aula de TV enquanto a Valentina comia o cabo do microfone ao mesmo tempo em que escalava sua perna! Mas apesar de tudo isso, a bebê é a razão de viver da estudante. “A Valentina é o único motivo de eu encarar toda essa bagunça que anda a minha vida. Eu só continuo para dar o melhor para ela”, diz Amanda.
Atualmente a aluna e mãe está elaborando o seu TCC, tentando conciliar com os serviços da bolsa de extensão e com os cuidados com a pequena arteira. Amanda comenta que não tem tempo nem para dormir, já que, além de tudo isso, a bebê acorda 5 vezes durante a madrugada! Mas diz isso aos risos: Amanda não trocaria essa alegria por nada nesse mundo.
Texto: Beatriz Estima
Revisão e Edição: Dani da Gama
Imagens: Arquivo Pessoal