Por Felipe Rocha e Rafael Alonso

Os livros são o portal para alcançar um mundo vasto de possibilidades: onde sonhos impossíveis se realizam, onde vidas de conto de fadas acontecem e onde interagimos com personagens que não existem no plano real. E a biblioteca é o espaço onde toda essa imaginação e essa conexão acontecem. Além disso, os livros se revelam como uma verdadeira faca de dois gumes: ao mesmo tempo que entretém, informam. Então, além de deleitarmos sobre fantasias, encontramos registros e documentos históricos de épocas anteriores em que não vivemos. 

Em relação às pesquisas, antes de existir o mundo virtual onde obtemos as informações de forma instantânea, os impressos sempre ilustraram o movimento da vida: a humanidade sempre optou por utilizar infinitas páginas manuais para divulgar suas ideias, pensamentos, conhecimentos – trabalho esse feito por escritores, historiadores, filósofos e indivíduos de várias instâncias informativas. Não só é utilizado por profissionais, como também por estudantes que buscam informações. Mas com o advento da digitalização, essa prática de pesquisa e registro em impressos está se tornando, infelizmente, cada vez mais escassa. As informações encontraram um espaço mais amplo de armazenamento e as pessoas optaram por estudarem por meio dos canais digitais, a fim de economizar tempo. Porém, o que elas não sabem é a preciosidade que existe em entrar em contato físico e direto com a informação nos livros, especialmente nos documentos históricos, como jornais da antiguidade. Experimentamos essa sensação ao visitar a Biblioteca Municipal de São João del-Rei, que primeiramente nos chamou a atenção por sua história e sua relevância para o Brasil: é considerada a primeira livraria da região de Minas Gerais, inaugurada em 1827, por Baptista Caetano d’Almeida.

Ao adentrarmos o ambiente, nos encantamos com a sua arquitetura antiga, com o espaço aconchegante e vasto acervo, marcado por jornais impressos, livros científicos, didáticos e ficcionais. Um dos aspectos que mais nos conquistou nesta visita foi a oportunidade de conhecer e entrar em contato com periódicos são-joanenses do Brasil Império e do Período Republicano, como “O Astro de Minas” (1827) e “A Pátria Mineira” (1889), dentre outros. É incrível ver como depois de muito tempo alguns jornais estão conservados, apesar da deterioração. Não são apenas canais de veiculação de notícias, mas instrumentos onde eram veiculados anúncios de produtos que eram consumidos anos atrás. Mais que um canal de notícias, são o retrato da memória, da cultura e da história do povo são-joanense. Logo, são documentos históricos cobertos de significados onde a profundidade da memória é superior àquela que é encontrada nas redes sociais, onde as informações são mais resumidas e sintetizadas.

A visita à biblioteca não só foi marcada pelo protagonismo dos impressos, mas também por histórias acerca da cidade de São João del-Rei, que nos enriqueceu culturalmente. Como estudantes de jornalismo percebemos a importância dos jornalistas na construção da história de um lugar: garantir a preservação e a eternização da memória desses jornais impressos, a fim de que as pessoas estejam cientes da grande relevância deles para a identidade cultural do povo são-joanense.     

Imagem: Reprodução/Internet

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