A final da 2ª divisão do Campeonato Mineiro de Rugby, sediada em Barroso no último final de semana, foi marcada pela vitória esmagadora do UFSJ Federal Rugby (Búfalos) de São João – del Rei sobre o Inconfidência RC (Lobos-guará) de Belo Horizonte. O placar – impressionantes 81 x 0 – deu o título de campeão mineiro da 2ª divisão ao time de São João del-Rei.

A competição foi realizada no Estádio São José, com a recepção do time da casa Barroso Rugby Club (Pumas), tendo início com amistosos femininos. A organização foi por conta do técnico Luciano Nascimento. 

Após uma disputa acirrada, dividida em dois tempos de quarenta minutos, o UFSJ Federal Rugby conquistou a vitória por 81 x 0. Gabriel Lima, capitão dos Búfalos, confirmou: “foi raça do começo ao fim e, no ano que vem, Federal Rugby na elite do Mineiro novamente!”. 

Dentre os jogadores de Rugby, encontram-se homens e mulheres de diferentes faixas etárias e profissões. É o caso do árbitro Geraldo Machado, veiculado à Federação Mineira, que, além de atuar no ramo esportivo, também é físico e doutorando em combustíveis nucleares. Segundo ele, o diferencial do Rugby é ser um esporte que ainda ensina valores como respeito e empenho. 

A atleta A.J.N. (16) afirma que o esporte foi muito importante na sua recuperação como ex-dependente química. “Eu saí da clínica e, depois, comecei a me interessar pelo Rugby, porque eu não quero que os outros tenham medo de mim, mas sim, que me respeitem. O [técnico] e as minhas colegas me apresentaram ao esporte. Lá, não tem pessoas ricas ou pobres, tratam todos igualmente. Dentro de campo, nós somos uma família”, declara. 

Por ser uma modalidade esportiva que exige um alto condicionamento físico, uma das características mais importantes do Rugby é a dedicação. Elias Barreto (23) joga pelo Lobos-guará de Belo Horizonte e conta que a preparação para os campeonatos exige “muita atenção e treino bem antes das competições. São cerca de quatro horas por dia, três vezes por semana, para ganhar um preparo físico melhor para competir e fazer um bom jogo”.

Depois da partida, os jogadores de ambos os times e toda a equipe participaram da tradicional confraternização, conhecida como “terceiro tempo”. Na reunião, os competidores comemoraram com bom humor e descontração o ótimo desempenho na competição. Em seu discurso de encerramento, o treinador do time da casa Luciano Nascimento parabenizou as equipes e enalteceu a amizade e o companheirismo que o esporte proporciona, mostrando que o Rugby pode transformar vidas e trazer novas perspectivas.

Muitas vezes confundido com o futebol americano, o Rugby é originário da Inglaterra. A principal diferença entre os dois esportes é que, no Rugby não se usa equipamentos especiais como capacetes, luvas e shoulder pad (colete), sendo o uniforme muito similar ao do futebol brasileiro. Isto não caracteriza o esporte como menos seguro, pois apesar da imagem bruta que transparece, as regras no campo prezam, acima de tudo, a integridade dos competidores. 

Em 2016, o Rugby será a mais nova modalidade integrada no quadro de esportes dos Jogos Olímpicos, que serão realizados no Brasil, o que promete trazer maior visibilidade e reconhecimento para o esporte e seus praticantes.

Texto: VAN/Aléxia Pinheiro, Douglas Batista Gonçalves e Viviane Basílio
Foto: Wanderson Nascimento

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