Escrito por: Cássia Lima Resende e Cid Bruno

Revisado por: Samantha Souza

Referência mundial em vacinação, o Ministério da Saúde Brasileiro realiza anualmente o Programa Nacional de Imunizações (PNI). O calendário é um guia para que o Sistema Único de Saúde (SUS) consiga manter a regularidade na aplicação dos principais imunizantes contra doenças endêmicas. Desde 2010, a doença meningocócica, conhecida como meningite, faz parte do programa.

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. De acordo com Katiucia Canaan, enfermeira da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde São João del-Rei, a doença certamente está entre as imunopreveníveis mais temidas.

– “É mais grave quando atinge a corrente sanguínea. De mil e quinhentos a mais de três mil brasileiros são acometidos todos os anos”, disse. Ainda, segundo ela, pessoas de qualquer idade podem ser afetadas, mas a doença é mais comum em crianças de até cinco anos.

Foto: Reprodução/Unsplash

Apesar disso, não é somente os pais que devem ficar atentos ao quadro vacinal de seus filhos. Por isso, há um esforço para que pessoas de 16 a 30 anos também busquem se imunizar. O Ministério da Saúde, baseado nas baixas coberturas vacinais e no aumento da meningite tipo C, em Minas Gerais e estados vizinhos, está ampliando a faixa etária para o público geral, de 16 a 30 anos.

Há ainda os trabalhadores da saúde, trabalhadores da educação de nível superior e técnico, e para estudantes, também de nível superior e técnico, todos dos 16 aos 30 anos, que entraram nos esforços dos órgãos de saúde para imunização.

– “Todas as unidades de saúde de São João del-Rei têm disponível a vacina contra meningite e estamos fazendo campanha extramuros, indo até as universidades e escolas de ensino técnico, para vacinar esse público”, disse Katiucia, que reforça os trabalhadores da saúde incluídos na campanha são de todos os setores, administrativos ou não.

COBERTURA VACINAL NA CIDADE

Posto de Saúde do Bairro Matozinhos, em São João del-Rei (Foto: Reprodução/Google Streetview)

Desde a inclusão da vacina no calendário nacional de imunização, a ocorrência de todos os tipos de meningite, no Brasil, caiu em quase três vezes. E os casos de tipo C, a mais comum no país, caiu em mais de quatro vezes. Katiucia ressalta que as vacinas são seguras e eficazes. Em média, mais de 95% dos vacinados ficam protegidos, mas, hoje, se sabe que a proteção gerada pelas vacinas conjugadas, meningocócicas C e a CDY, não é para toda a vida. – “O mesmo acontece com quem teve a doença. Ou seja, a quantidade de anticorpos cai ao longo do tempo e o indivíduo deixa de ser protegido”, disse.

Os esforços dos órgãos públicos têm surtido efeito na região. Segundo Katiucia, a procura pelo imunizante tem sido satisfatória e o trabalho extracampo segue. “Fizemos campanha no Campus Dom Bosco, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), na semana passada. Foram aproximadamente quinhentos alunos e trabalhadores vacinados”, ressaltou, dizendo ainda que a ação foi replicada na última terça-feira, dia 29, no Campus Tancredo Neves, com aproximadamente quatrocentos imunizados.

A estudante Yasmim Parraguez, que já foi imunizada anteriormente, disse ter ficado sabendo do programa de vacinação contra a meningite pelo perfil no Instagram da UFSJ e procurou a unidade de saúde para tomar a dose de reforço. – “Eu não conhecia (as consequências da doença). Fui pesquisar sobre e me assustei, resolvi me vacinar para prevenir (risos).”

Já Rayan Patchelle Sousa, coordenador de suporte externo, disse tomar todos os cuidados possíveis com a saúde da sua filha, Ana Luiza, de quatro anos, que também já se imunizou em calendários anteriores. – “Acompanho de perto o cartão de vacina dela e sempre dou as doses nas datas recomendadas”, disse. O pai reconhece o esforço dos órgãos de saúde e garante que vai reforçar o imunizante da filha no início do próximo ano.

– “É super importante, para prevenir e imunizar de doenças que já têm tratamento e foram erradicadas mas que, se não continuar com o plano de vacinas de toda a população, podem voltar”, finalizou.