Enquanto hoje muitas construtoras criam novos projetos arquitetônicos e modernas residências, há quem prefira valorizar construções mais simples, que retratem a história e as lembranças de um tempo. Marcelo Coelho (31) é graduado em Administração, especialista em Gestão Ambiental e funcionário público. Com o propósito de valorizar a história, a tradição e os costumes familiares, ele construiu uma casa de pau-a-pique na propriedade de seus pais, no estilo das primeiras construções no período colonial. Ele mesmo conta como tudo começou.

VAN: Quando teve a ideia de construir uma casa nesses moldes?
Marcelo Coelho: Desde criança tive a intenção de construir uma casa de campo. A primeira ideia seria construí-la toda de madeira, algo bem rústico. Sempre construía cabanas no quintal de casa, de madeira ou barro. Um dia, em uma das várias reuniões de família, meus pais comentaram que queriam construir um pequeno galpão em nosso sítio para instalar um forno e fornalha à lenha para fazer quitandas para o consumo familiar. Foi quando minha mãe começou a me contar como era a casa em que ela foi criada e me mostrou uma foto: era uma casa simples e de pau-a-pique. Neste momento, surgiu a ideia de fazer uma réplica daquela construção e resgatar a história da cultura familiar. Sem empecilhos, começamos a trocas ideias. O sonho já parecia estar muito próximo, a família ficou eufórica e todos começaram a palpitar…

VAN: A obra foi feita por um engenheiro? Quanto tempo levou para ficar pronta?
Marcelo Coelho: Não tive engenheiro, eu mesmo desenhei e desenvolvi o projeto, que levou, aproximadamente, um ano do surgimento da ideia ao término da obra. Os construtores que fizeram têm muita experiência em desenvolver obras semelhantes a esta. É um trabalho artesanal, pois monta-se toda a estrutura de madeira (ripa e ouricanga), como se fosse uma gaiola e, depois, preenche-se a estrutura com barro e estrume bovino para dar a liga.

VAN: Quais são os móveis que compõem a casa de pau-a-pique?
Marcelo Coelho: Todos os móveis que compõem a casa são rústicos e apenas com valor sentimental. São peças que foram restauradas por meus pais, pois havia anos que elas estavam guardadas no porão. Dentre os objetos, há o berço e carrinho de madeira do meu pai, a cadeira de balanço da vovó e objetos antigos que fui ganhando de pessoas que comungam dessa ideia. É importante ressaltar que é uma regressão ao passado. Não há uso de energia elétrica e, à noite, podemos contar “causos” sob a luz de lampião e lamparinas ao lado do fogão à lenha.

VAN: Onde se localiza a casa, ela fica a quantos quilômetros de São Tiago? E como os interessados podem visitá-la?
Marcelo Coelho: A Casa de Barro – assim batizada pelos meus sobrinhos – se encontra no Sítio Santo Antônio, a 4 km de São Tiago. Quem tiver interesse em conhecer, entre em contato pelo telefone (32) 9906-0267.

Texto: VAN/Marcus Santiago
Foto: Marcelo Coelho

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