Louise Zin

Revisão: Samantha Ellen

O retorno das aulas presenciais já está autorizado, desde julho, em mais de 800 cidades de Minas Gerais. As prefeituras têm autonomia para permitirem ou não o retorno das atividades, sendo que todas as instituições de ensino devem respeitar os protocolos  para a prevenção do covid. Sobre a retomada, Julia Sant’anna, secretária estadual de educação, afirma que: — “É uma retomada extremamente segura, não há autorização de reabertura de qualquer escola, na rede estadual de ensino, se não cumprir o checklist (do protocolo).”

Imagem: Kelly Sikkema de Unsplash

Liliam de Cássia Beraldo, diretora da Escola Estadual Coronel Xavier Chaves, explica sobre o retorno das aulas, em modelo híbrido, na cidade. — “O retorno está acontecendo após toda uma organização física da escola de modo a atender todo o protocolo sanitário.”

Sobre a volta das crianças à escola, ela comenta: — “No início, fiquei apreensiva, mas os alunos estão seguindo e respeitando o protocolo  e orientações. Fico muito feliz em ver a escola recebendo os alunos novamente. A escola é muito ‘fria’ sem a presença deles. A satisfação é imensa em receber os alunos e professores.”. Gabriela Maia, professora de inglês da escola, afirma que a primeira semana com os alunos foi muito tranquila: — “A escola se preparou para o retorno com muito cuidado. Tem marcações no chão em todas as salas e corredores sinalizando o distanciamento. Os alunos estão seguindo os protocolos e estão muito felizes de estarem voltando para a escola. Eu também estou bem contente… Adorei conhecer meus alunos pessoalmente. Estou tranquila com o retorno e confiante com todo este processo.”

A diretora também afirma que o governo arcou com os custos das adaptações sanitárias:

— “Com  base em todas as exigências, houve o repasse financeiro para as devidas aquisições”. A escola também disponibiliza álcool e máscaras para alunos e funcionários que não podem arcar com os custos, ou mesmo que se esquecem.

Imagem: Kelly Sikkema de Unsplash

A situação, em São João del-Rei, é diferente da de Coronel Xavier Chaves. Na cidade, não foram todas as escolas que retornaram. Elisângela Silva, mãe de Paula, que está no 4º ano na Escola Municipal Maria Teresa, explica: — “Ainda continuamos com as aulas pelo Whatsapp por causa da quantidade de alunos por sala e a não possibilidade de distanciamento nesse espaço. Além disso, quando vamos à escola para pegar as apostilas, é disponibilizado álcool gel e é sugerido que não levemos as crianças para evitar contágio”, completa.

Infelizmente, sabemos que esta não é a realidade de todas as escolas do estado. Dados do Censo de 2019 mostram que 10 mil escolas públicas no país não tinham condições sanitárias básicas, como água limpa, e agora necessitam de álcool em gel. Continuamos com a reflexão: “Tem álcool em gel para todos?”.