Nascida em Rio das Mortes – distrito de São João del-Rei -, Nhá Chica era uma mulher simples, bondosa, que conquistou muitos fiéis. Tendo falecido em 1895, tornou-se beata em 2013, 118 anos após sua morte. O processo de beatificação de Nhá Chica começou em 1993, tendo durado 20 anos. 

Segundo o padre Fernando Anuth, do Santuário de São João Bosco, um dos milagres confirmados foi a misteriosa aparição do livro de batismo da Catedral Nossa Senhora do Pilar de São João del-Rei, que confirmava seu ministério batismal, o qual era colocado em dúvida anteriormente. 

Outro milagre atribuído à Nhá Chica foi a cura, em 1995, de uma professora e dona de casa de Caxambu – MG, que tinha um problema congênito muito grave no coração, mas que não precisou passar por nenhum procedimento cirúrgico, sendo curada apenas pelas orações à Nhá Chica.   

De acordo com a fiel Maria da Conceição Ferreira, que corrobora com o padre Anuth, a beatificação de Nhá Chica é importante para a região das Vertentes, por dar maior visibilidade às seculares igrejas locais, a fim de serem atraídos mais turistas para a região. 

Por outro lado, o processo de beatificação do Papa João Paulo II se deu muito mais rapidamente. Tendo falecido em 2005, até o fim do ano de 2013 ele já será canonizado. Tendo mais de 200 milagres reconhecidos pela igreja, atribui-se a ele a cura de uma Irmã francesa, bem como a de um menino polonês que sofria de câncer de rim e era incapaz de andar. Entretanto, após uma visita ao túmulo de João Paulo II, a criança afirmou que queria andar, o que conseguiu fazer normalmente.

Embora Carmen Silva, moradora da região, seja católica, não concorda com os privilégios ofertados a João Paulo II, que, com poucos anos, já foi beatificado e está prestes a ser canonizado. Para ela, a Igreja Católica deveria respeitar uma lista na ordem das canonizações e estudar milagres já enviados ao Vaticano.

Diante da espera, resta aos fiéis da região torcer para que os milagres da beata Nhá Chica sejam reconhecidos rapidamente, de forma que seja confirmada como a primeira santa de Minas Gerais.

VAN / Bruno Marques
Foto: Bruno Marques

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