FOTO: Freepik
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Rosas, chocolates, jantares à luz de velas e um presente. Essa parece ser a combinação perfeita para o Dia dos Namorados. Nessa mistura, cabem vinhos, abraços, beijos e cartões, mas o amor vai perdendo cada vez mais o seu espaço.

É verdade que dia 12 de junho é uma data escolhida totalmente em prol do comércio. Um belo dia, em 1949, os comerciantes de São Paulo decidiram que o mês de junho poderia ter mais vendas. Por que não, então, criar uma data que pudesse aquecer o coração dos amantes e os bolsos dos lojistas?

No restante do mundo, a história é um pouco diferente, mas nem tanto. Só nos Estados Unidos, o Valentine’s Day, comemorado em 14 de fevereiro, arrecada US$ 20 bilhões anualmente com a venda de rosas vermelhas, caixas de chocolate e joias!

Afinal, onde foi parar o amor no dia dos apaixonados? Séculos atrás, ainda no Império Romano, o imperador Claudius II decidiu que o casamento atrapalhava seus soldados. Portanto, a melhor solução seria acabar de vez com ele. Naquele tempo, Valentim, padre que acreditava no amor, desafiou as ordens imperiais para unir, em segredo, jovens amantes.

Claro, não durou muito tempo essa história. Logo, Valentim foi descoberto e preso pelo Império. Gratos por seu ato de bondade, os casais unidos pelo padre iam visitá-lo em sua cela com rosas e cartas.

O romantismo de Valentim conquistou o coração da filha de seu carcereiro. Contudo, ela nada pôde fazer para livrá-lo de seu trágico destino. No dia 14 de fevereiro de 269 d.C., o padre foi executado, deixando para trás uma carta para sua amada. “From your Valentine” (do seu Valentim), dizia.

Ainda hoje tem gente disposta a dar o sangue pelos amantes. Na comemoração do Dia dos Namorados em Phnom Penh, no Camboja, a campanha “Give Blood, Give Love” (dê sangue, dê amor) coleta sangue para hospitais.

 

Histórias de Amor

Nem só de memórias felizes se faz o amor. Felipe Moreira, por exemplo, lembra-se perfeitamente do dia 12 de junho de 2014. Ele estava passando por um momento difícil de depressão. Precisava ficar sozinho. Ele e a namorada enrolavam um relacionamento repleto de ranhuras. O fim dessa história chegou no Dia dos Namorados. “Eu era uma espécie de âncora para ela, que poderia dar segurança, mas acabava a prendendo em um lugar muito ruim. Percebo que ela superou rapidamente por entender que era o certo para nós dois. Já não éramos mais namorados há muito tempo”, conta ele.

Depois de um período sozinho, Felipe se recuperou de sua depressão e este ano comemorará a data com sua nova namorada. “A expectativa é a melhor possível. Dia 10 deste mês, comemoramos um ano e meio de namoro, então, dia 12 vai ser muito especial”, explica.

Além dos namorados, 12 de junho também pode ser dia dos cupidos. Antônio Rossi é famoso entre os amigos por ser o casamenteiro do grupo. Até agora, ele já juntou três casais. A história mais marcante, para ele, foi a de Miguel e Elisa.

Antônio e Miguel moravam juntos e eram amigos de longa data. Sabendo que o amigo queria arrumar uma namorada, Antônio foi logo pensando nas possibilidades. Os dois trabalhavam na mesma escola que Elisa, considerada pelo cupido a candidata perfeita.

Em uma noite de Dia dos Namorados, Antônio encontrou Clara, irmã de Elisa, no ônibus de volta a São João del-Rei. Não perdeu a oportunidade. “Eu disse para ela: ‘sabe o meu amigo Miguel? Ele está apaixonado pela sua irmã Elisa. Não para de falar nela.’ Era tudo mentira, mas eu queria que a Clara contasse para irmã”, explica.

No dia seguinte, Antônio contou para Miguel que tinha encontrado Clara no ônibus e ela lhe dissera que Elisa estava apaixonada por ele. “Como eles achavam que um estava interessado no outro, acabaram se apaixonando de verdade! Eles só descobriram que eu tinha inventado tudo no dia do casamento! Hoje, eles são muito felizes e têm dois filhos”, conta Antônio.

A verdade é que o Dia dos Namorados, seja 12 de junho ou 14 de fevereiro, é um dia reservado para as surpresas. Pedidos de casamentos, um primeiro encontro, um término ou a aparição de um cupido. Tudo pode acontecer. O importante é sempre estar de portas abertas para o amor.

OBSERVAÇÃO: Com o fim de preservar as pessoas envolvidas, foram usados pseudônimos nas histórias aqui contadas.

 

TEXTO/VAN: Ana Resende Quadros

 

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