O tabagismo é a principal causa de câncer no pulmão e é responsável por outras cinquentas doenças diferentes

 

A praça Bom Jesus de Matozinhos abrigou na quarta-feira, 29 de agosto, a mobilização do Dia Nacional de Combate ao Fumo. A iniciativa foi promovida pela Prefeitura Municipal de São João del-Rei, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família   (Nasf) e outras instituições.
Um dos membros do Grupo Reviver de  Fumantes Anônimos, que colaborou com a realização do evento, conta que foi fumante durante oito anos e que  deixou de fumar devido a complicações de saúde causadas pelo uso do tabaco. “Na minha época, diziam que pra ser homem você tinha que fumar, se você não fumasse não fazia parte do grupo”, relembra. Ele comentou ainda sobre o cigarro de palha, muito usado pelos jovens atualmente. “Faz tanto mal quanto o cigarro normal, se não mais”, ressalta.
Fernanda Cardoso, 30 anos, farmacêutica do Nasf, atua na área de tabagismo das Estratégias de Saúde da Família e pontua que apesar de realmente ter existido essa glamourização do cigarro no passado, hoje em dia não é mais assim. “Muitas pessoas fumam escondido, pois se sentem excluídos. Muita gente evita ficar perto de fumantes porque fica desconfortável”, ressalta. Cardoso declara que o Nasf realiza o cadastro das pessoas que buscam parar de fumar para que sejam montados grupos de assistência a esses usuários. A farmacêutica explica que os grupos de apoio buscam mais do que reforçar os males que o tabaco causa, pois querem mostrar os benefícios que se tem ao deixar de fumar. “É uma questão de saúde, de qualidade de vida e de inclusão social”, afirma.
Segundo Fernanda Cardoso, precisamos lembrar também dos chamados fumantes passivos, que são as pessoas que convivem com os fumantes e que são afetadas pela fumaça do cigarro. “Tem gente que fuma dentro de casa, com crianças ou gestantes por perto, e isso pode afetar também a saúde dessas pessoas”, adverte. A maior parte daqueles que procura o Nasf ou os grupos de apoio para tentar parar de fumar normalmente já tem uma idade mais avançada e faz uso do tabaco a anos.
Ilma Aparecida da Silva Rodrigues, 47 anos, assistente  social do Nasf ressalta a importância de mobilizações como essa e de parcerias entre setores municipais que busquem melhorar a qualidade de vida da população. “Um núcleo sozinho é muito difícil de fazer alguma coisa; com as parcerias a gente alcança mais pessoas”, enfatiza Rodrigues.
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil registra todos os anos cerca de 156 mil mortes causadas pelo hábito de fumar. O cigarro contém cerca de 4.720 substâncias tóxicas, uma delas a Nicotina é uma substância alcaloide que afeta o sistema nervoso e que é conhecida pelo seu potencial viciante.
Adicionalmente, a lei Antifumo, sancionada em 2011, proíbe propagandas de cigarros nos estabelecimentos comerciais e que as pessoas fumem em ambientes fechados. Desde de 1988, o Ministério da Saúde alerta para os riscos do tabagismo.
Além disso, o grupo Reviver de Fumantes Anônimos se reúne todas as terças-feira, às 19h30, na Rua Coronel Tamarindo, nº 244, na parte de cima do prédio que abriga a capela de São Cristóvão,  em São João del-Rei.

Texto\VAN: Kamila Amaral
Fotos\VAN: Gabriel Ávila

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