O jovem foi atingido durante a fuga de uma abordagem policial no bairro João Paulo II

 

Warlen Souza (foto), um jovem de 23 anos, morreu na noite do último domingo (08), vítima de um disparo de arma de fogo. O crime aconteceu na cidade de Barbacena, em Minas Gerais, e as investigações apontaram a arma como de uso militar.

Foto/Reprodução: Arquivo pessoal

O jovem, que estava na garupa de uma motocicleta, foi atingido durante a fuga de uma abordagem policial no bairro João Paulo II (mesmo em que residia) e seguiu caminho com o veículo até o bairro Grogotó, onde foi deixado pelo piloto – já conhecido pela polícia por diversos crimes cometidos na cidade – próximo a um moto táxi.

Os funcionários do moto táxi, ao identificarem que o rapaz estava ferido na região do abdômen, comunicaram à Polícia Militar (PM). Os policiais, que se encaminharam rapidamente ao local, transportaram Warlen até o Hospital Regional, onde o jovem não resistiu ao ferimento e foi a óbito na mesma noite.

Familiares e amigos de Warlen, inconformados com o ocorrido e visando atrair mais visibilidade ao caso, fizeram uma manifestação pacífica, na última quarta-feira (11/04), que partiu do Largo Marechal Deodoro até o Centro, fazendo uma parada em frente ao Fórum, no Jardim do Globo. Os manifestantes, em sua maioria adolescentes, carregavam cartazes e entoavam gritos pedindo por justiça. “Foi um ato corajoso, bonito e triste ao mesmo tempo”, relata uma das manifestantes.

Embora legítima e tendo seu direito de existência viabilizado pelo apoio da Polícia Militar durante todo o trajeto, a manifestação gerou certo transtorno no trânsito e insatisfação dos motoristas da cidade ao parar diante dos carros.

“O ocorrido está sendo investigado e o policial que efetuou o disparo passa por processo de Inquérito Policial Militar, além do Inquérito para apuração do caso instaurado pela Polícia Civil” esclarece, em nota, o Comando do 9º BPM e a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil, que não revelou o nome do militar envolvido, mas afirma que este já prestou depoimento. A família da vítima contratou o advogado Rafael Rigueira para acompanhar a apuração do caso.

A Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac) informou que “acompanhará o processo até sua conclusão, mantendo seu compromisso de trabalhar pelo fim da violência contra a juventude e construindo políticas públicas que garantam os direitos humanos em Minas Gerais.”.

 

Texto/VAN: Isabella Rocha Paolucci e Raphaela Mara Garcia Ferreira
Foto/Reprodução: Iuri Fontora

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