Por Lara Cristina Reis

Foto: Banco de dados Freepik

Pontos de luz sob sua cabeça; tons de azul que se tornam amarelados, alaranjados e até mesmo acinzentados; névoas que flutuam nas alturas; raios que mais parecem chamas e aquecem seu corpo… À primeira vista, tais elementos soam fantasiosos, possíveis apenas se vistos na ficção.

Contudo, não fazem parte de um sonho ou de um filme que acabou de ser posto em cartaz e em hipótese alguma deixam de te fazer companhia. Afinal, juntos, formam um quadro estupidamente belo que, rotineiramente, chamamos de céu. Um quadro que permanece à espreita, aguardando um olhar curioso que o enxergue.

Hoje, o céu chorou quando percebeu que somente 1 a cada 100 pessoas o vê de fato e, mais tarde, deixou suas lágrimas escaparem novamente, dessa vez ao constatar que 90% da população só levanta os olhos para conferir se vem chuva.

O ponto é que todos estão ocupados. Ocupados com suas rotinas exaustivas e com a carga horária pesada. Ocupados com seus deveres, afazeres, com seus celulares e computadores. Você engole uma xícara de café com a íris vidrada em uma tela brilhante e, meia hora depois, vai para o trabalho como uma máquina, vendo tudo e nada ao mesmo tempo.

As horas passam e, um pouco mais acima, o sol se põe, deixando o céu em tons de laranja e amarelo. Se olhar atentamente, talvez ainda possa encontrar tonalidades de rosa e até uma pequena faixa esverdeada. Mas você não sabe disso, porque nunca se interessou.

As nuvens brilham e mudam de cor de acordo com a posição da estrela mãe. Vão se movendo lentamente e em um piscar de olhos se desmancham, assumindo outras formas. Mas você não sabe disso, porque nunca se interessou.

Agora pouco, um amontoado de chuva caiu, abrindo espaço para que luzes de diversas cores despontassem no céu…

Talvez, a natureza ainda não tenha apagado esse quadro para dar vida a outro. Talvez, você ainda possa conferir esse espetáculo! Caso perca, sei bem que vai encontrar outro tão belo quanto, formado pelo breu e por uns poucos pontos cintilantes.

Já olhou para cima hoje?