Novos casos e dados são fonte de preocupação

 

 

A Febre Amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infectados. Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Com o surto atual da doença, o Ministério da Saúde alerta que toda a população que reside ou que se desloque para regiões silvestres, rurais ou de mata de áreas com recomendação de vacina, deve se imunizar na Unidade Básica de Saúde mais próxima.

Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, foram registrados 475 casos confirmados de febre amarela silvestre no estado durante o período de monitoramento, sendo que, destes, 162 casos evoluíram para óbito. A maioria dos casos foram registrados em Belo Horizonte.

Ainda segundo o boletim, do total de casos confirmados, 89,6% são do sexo masculino e 10,4% do sexo feminino. Em Minas Gerais, a letalidade da doença, no período de 2017/2018, é de 38,7%.

Fila em posto de saúde em São João del Rei - fonte O Globo
Fila em posto de saúde em São João del Rei – Foto/G1: Carlos Eduardo Alvim

Segundo dados mais recentes, a cobertura vacinal acumulada de febre amarela em Minas Gerais está em torno de 84,52% (em São João del Rei, a cobertura vacinal é de 77,77%.), sendo esse dado fonte de preocupação para a Secretaria de Estado da Saúde. O boletim aponta que há uma estimativa de 3.073.262 pessoas não vacinadas contra a febre amarela, especialmente na faixa etária de 15 a 59 anos de idade.

Em São João del Rei, no boletim epidemiológico emitido ontem, a secretaria de saúde informou que, neste mês, foram atendidos 4 pacientes na UPA com suspeita de febre amarela. Dois dos pacientes na faixa dos 20 anos e dois na faixa dos 50 anos.

A Coordenadora do Setor de Epidemiologia Eliene Freitas conta não existe contaminação urbana em São João del Rei: “O residente é de São João, mas seus hábitos eram rurais, então não existe contaminação urbana ainda. E em São João o pessoal está trabalhando, fazendo um centro de vigilância.”

Para ela, o surto foi causado por situações preveníveis. A coordenadora alerta para o uso de repelentes, com cuidado especial caso das áreas rurais e a eliminação dos focos dos mosquitos na área urbana. Também é alertado por ela a importância de se estar vacinado: “A medida mais eficaz, realmente, é a vacina”.

Para o Professor do Departamento de Medicina da UFSJ, Dr. José Batista de Jesus, há uma interpretação errônea com relação à transmissão da doença: “É importante esclarecer à população que a febre amarela silvestre não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa nem de macacos para humanos. O homem contrai acidentalmente o vírus no ambiente silvestre”. Ele também revela que a febre amarela silvestre nunca deixou de existir no país, tendo registros desde 1942. Os surtos são causados por um desequilíbrio, ou causado pelo homem ou natural, que resulta em um aumento na população dos insetos transmissores, consequentemente aumentando a circulação do vírus.

Ele também conta que, em São João del Rei, a imunização da população foi intensificada e priorizada nas consideradas áreas de risco.

 

Texto/VAN: Clara Mattoso

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