Marcada por sua originalidade, a feira conta com uma variedade de produtos, tornando-se um espaço cultural.

 

Todo segundo sábado do mês, das 14h às 19h, acontece a “Feira da Boa Zona”, na rua Marechal Bittencourt, popularmente conhecida como “Rua da Zona” ou “Rua da Cachaça”. Na feira há exposições e vendas de artes, móveis, artigos de decoração, cosméticos naturais, design, bijuterias e brechós para venda de roupas e confecções. A feira conta com de 25 a 30 expositores por edição, além de convidados especiais que sempre levam algo de diferente para ser exposto. A iniciativa faz parte do processo de revitalização da antiga “Rua da Zona”, que, antigamente, era mal vista pelos moradores da cidade, pois era uma região de prostíbulos.

A empresária Flavia Maria Frota de Souza, 44, foi a idealizadora da feira. Para ela, a antiga “Rua da Zona” era mal vista pela população por conta de seu passado, por isso, Flavia decidiu escolhê-la para sediar a feira e fazer com que se dissolva este preconceito. Além disso, a ideia também consiste em oferecer mais um atrativo a população local e turistas da região. Com o sucesso e o crescimento da “Feira da Boa Zona”, a empresária se sente entusiasmada com o que sua idéia tornou: “Gosto do clima que a feira traz a rua, ela faz com que a rua se transforme num espaço familiar onde pessoas se conhecem,  interagem, onde crianças brincam. Se tornou mais um ponto de lazer às famílias”, contou.

A estudante de Letras, Samara Peixoto, 29, é uma das expositoras da feira. Acredita no brechó como um comércio alternativo, pois, não trata a roupa como algo descartável. Por outro lado, é uma forma de diminuir a quantidade de lixo, uma vez que uma peça de roupa demora muito tempo para se decompor na natureza. “O brechó é uma luta nesse sentido, por ser de segunda mão, mais barato, mais viável. É enriquecedor para todo mundo” , destacou. Para Samara nem todo lucro é mensurável em forma de dinheiro: “O que eu acho mais incrível é o retorno cultural, a ocupação do corpo na cidade, as pessoas tem que começar a tomar a cidade delas nas mãos. A ideia da feira não é propriamente consumista. É cultural, não é só compra e venda” , enfatizou a estudante.

Os expositores chamam a atenção do público devido a sua variedade de produtos. (Foto/VAN: Thauana Gomes)

Visitando a feira pela primeira vez, a professora Valéria Sampaio Torres, 53, ficou sabendo da feira pela internet, através de um evento no Facebook. Para Valéria a rua, que antes era um lugar esquecido, ganha novos ares com a revitalização e ajuda os expositores. “Uma cidade histórica que tem muito pouco a oferecer pra quem vem de fora, os turistas querem ver coisas bonitas, gente descolada, e aqui tem tudo isso. O clima excelente, energia boa, produtos de muita qualidade, originais, peças únicas, preço bom”, destacou a professora.

Já a funcionária pública Vanusa Nogueira Veloso, 45, conta que vai à feira frequentemente, pois gosta daquilo que ela traz: “Eu acho muito interessante, porque tem diversos tipos de arte e dá espaços para os brechós de roupa, de livro, vinil, é bem diversificada.  A feira vem agregar, elevar nossa cultura e divulgar nossos artistas”, afirmou.

O local atrai visitantes de todas as faixas etárias. (Foto/VAN: Júlia Ribeiro)

Para colocar algum trabalho em exposição na feira, o interessado deve entrar em contato com a página “Feira da Boa Zona” no Facebook, apresentar a proposta de exposição e dizer porque lhe deve ser concedido um espaço. O pedido será avaliado pela comissão organizadora e, em seguida, será feito o retorno ao interessado. Mas, atenção: todos os produtos que são vendidos e expostos na feira não podem estar à venda em nenhum outro comércio, uma vez que sua intenção é de originalidade e de não criar concorrência dentre outras feiras da região. A comissão organizadora também busca dar oportunidade às pessoas que trabalham em casa, para que essas tenham um local onde possam expor seus trabalhos.

 

Texto/VAN: Carla Marques e Emerson William
Foto/VAN: Júlia Ribeiro e Thauana Gomes

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