No dia 25 de novembro comemora-se o dia nacional do doador voluntário de sangue. O Hemominas, que é o setor de captação de São João del-Rei prestou homenagens aos doadores fidelizados, aqueles que já fizeram várias doações. 

Trabalhando há vários anos no Hemominas, a captadora Elisabeth José dos Santos conta que o objetivo maior do seu trabalho é cumprir metas no sentido de buscar ajuda para aqueles que precisam. Sendo assim, a captadora acredita que a pessoa mais importante dentro de um hemocentro é o doador.

Vertentes Agência de Notícias: Quais são os problemas enfrentados pelo Hemominas de São João Del Rei atualmente?

Elisabeth José dos Santos: O problema maior enfrentado no momento é conseguir doadores voluntários suficientes para atender à demanda. Nós temos um trabalho muito árduo para conseguir manter o estoque essencial para o atendimento da população e dos hospitais que a gente atende hoje.

VAN: Quais são as instituições que o Hemominas atende?

Elisabeth: Os hospitais em São João Del Rei: Santa Casa, Hospital das Mercês, Renoclim, a Ancologia, a Neonatal e a UPA. Todos estes estabelecimentos de saúde são atendidos com sangue que se colhe aqui no Hemominas. E nós temos na região as cidades de Entre Rios, Resende Costa, Prados, Lavras, São Vicente de Minas, São Tiago, Lafaiete, todas essas cidades são atendidas pelo sangue que é coletado aqui em São João Del Rei.

VAN: Qual o tipo de sangue mais procurado?

Elisabeth: O tipo de sangue mais utilizado é o O positivo. A gente costuma dizer que o sangue mais difícil de se ter no homocentro são os sangues do tipo RH negativo, principalmente o O negativo, que é considerado o doador universal, que serve para todos os tipos sanguíneos. Mas temos um percentual muito pequeno de doadores O negativo, então a demanda às vezes é grande e falta esse tipo sanguíneo aqui. Com certeza o mais utilizado é o O positivo, porque a maioria da população tem esse tipo sanguíneo.

VAN: Quando vocês precisam de algum tipo de sangue como que é feito o contato com os possíveis doadores?

Elisabeth: Quando passamos por situações difíceis, principalmente nas épocas de férias, nas épocas de frio, temos algum paciente com necessidade maior de transfusão, a gente tem um serviço chamado Serviço de Convocação: a própria unidade convoca os doadores que já são cadastradas com o grupo sanguíneo que a gente está necessitando no momento e pede para que eles venham até o Hemocentro fazer essa doação. A primeira iniciativa é a convocação do doador, depois a gente faz apelo à população, faz o uso da mídia, que hoje é muito importante para fazer a conscientização dessas pessoas, e também estamos usando agora a rede social, que tem dado muito certo, lançando na rede social a necessidade de doação de sangue. A gente conta com parcerias, a própria UFSJ é uma parceira nossa, há empresas que têm parceria com a gente, supermercados, redes maiores que têm um maior número de funcionários. [Esses parceiros] estão sempre com a gente, participando nesse projeto de doação de sangue, principalmente nessas épocas de dificuldade.

VAN: Qual o processo do sangue doado?

Elisabeth: Na realidade, o sangue tem vários componentes: o plasma, o crio, as plaquetas e um concentrado de hemácias, tudo no próprio sangue, que a gente chama de “sangue total”. Quando a pessoa vem doar sangue, ela doa o sangue total, com todos esses elementos, e esse sangue vai passar de uma bolsa para o Setor de Fracionamento, que vai fracionando os elementos, vai retirar 300 ml de hemácias (os glóbulos vermelhos), vai tirar o plasma dessa mesma bolsa, a plaqueta e o crio. Então, na realidade, quando uma pessoa vem doar sangue, ela doa quatro elementos para quatro pessoas diferentes. Os elementos do sangue e seus componentes são transfundidos de acordo com o diagnóstico do paciente. Se [o paciente] está com anemia, ele vai receber o concentrado de hemácias; se está com um sangramento intenso, vai receber o crio, o plasma ou a plaqueta, conforme determinação do seu médico. Há todo um processo após a doação, para que sejam aproveitados todos os elementos do sangue.

VAN: Quantas pessoas vêm doar por dia aproximadamente?

Elisabeth: A nossa meta são 40 doações por dia. Temos um atendimento apenas na parte da manhã, que é de 7h30 às 11h30. Mas infelizmente agora, por exemplo, nessa época de calor e férias, acumulando provas, diminui um pouco esse fluxo. Estamos  tendo uma média de 25 a 30 doadores por dia.

VAN: Em comparação com o mesmo período de 2012, o número de doações sofreu alteração?

Elisabeth: [As doações] têm aumentado muito, porque há várias campanhas em que nós trabalhamos, temos vários projetos, que realizamos durante o ano. Em 2012, com o incentivo às doações femininas e o trabalho junto à UFSJ, a gente tem conseguido manter um atendimento maior para doadores voluntários, e principalmente [no caso das] mulheres. Antigamente, tínhamos um percentual de 15% de mulheres doadoras. Hoje, 45% das mulheres estão doando sangue. Estamos trabalhando em cima disso, derrubando tabus, fazendo com que as pessoas entendam que a doação é importante e que qualquer pessoa pode doar, isso não vai prejudicar ninguém, só vai ajudar as pessoas. Esse é nosso trabalho contínuo, do dia a dia, vamos doar porque é necessário e não faz mal a ninguém. [As doações] têm aumentado bastante, em 2013 nós vamos fechar o ano felizes. 

VAN/Fernanda Rezende e Suellen Jacques
Foto: Suellen Jacques

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