Eles não deixam de brincar. Não deixam de latir, não deixam de dormir e não deixam de comer. Entretanto, apesar da brincadeira, cachorros de rua não parecem sorrir como os outros, não latem com alegria, não dormem com tranquilidade e não comem com frequência. Eles são os sujos. São agredidos e atropelados. Apesar das pessoas que tentam ajudar, não são tratados como merecem (e deveriam). Adoecem.

Muitos têm medo das pessoas por nunca terem recebido um carinho. Alguns são agressivos por causa da vida difícil que vivem. Eles sentem sede. Quase todos comem lixo. Alguns morrem de frio, não no sentido figurado. Eles morrem mesmo. Eles não têm voz. Não têm descanso. Não querem olhos marejados. Não querem pena. Querem coragem. Querem amor. Querem casa. Querem calor. Querem proteção. Querem saúde. Querem cuidado. Querem mais que lixo, mais que chão, mais que chute, mais que rua. Querem paz.

Não tem isso de “cachorro de rua”.

Tem cachorro na rua.

TEXTO E FOTOS/ VAN: Juliana Galhardo

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