No dia 20 de novembro, o 12° Acorda São João, marcou o Dia Nacional da Consciência Negra em São João del-Rei. Vários grupos culturais da cidade e região estiveram presentes. O cortejo saiu do largo São Francisco em direção ao Bairro São Geraldo.
Grupos de enculturação e congado se reuniram para marcar o encerramento da semana municipal da consciência negra. Vicentina Neves, que é a coordenadora do Grupo de Inculturação Afro-Descendente Raízes da Terra disse que a ideia do cortejo surgiu a partir de uma iniciativa de uma figura conhecida na cidade, Adenor Simões, que fez um projeto Acorda São João, para a restauração do teatro municipal. “Pegamos o gancho e vamos acordar São joão del-rei através da cultura, em nossos encontros no bairro São Geraldo”, afirma.
Nesse ano, no cortejo, um crânio de uma caveira representou um protesto do grupo contra a corrupção. Nivaldo Neves, presidente da associação de congado, afirma que o protesto é contra a corrupção em todos os sentidos, na educação, na saúde e contra o negro.
A presidente do grupo, Vicentina afirma ainda, que todos os grupos de cultura afro da cidade estão defasados e desanimados, mas que o cortejo é mais uma prova de que, mesmo com a minoria, a cultura negra em São João del-Rei continuará sendo preservada.
Além da capoeira, grupos de Congado, e outras manifestações afro- brasileiras, o Maracatu fez parte do cortejo. Efigênia Neves secretária do grupo de inculturação Raízes da Terra, contou um pouco mais da história do ritmo. “O maracatu nasceu em Recife e foi criado por escravos exilados, que tinham um preceito pela devoção e pertenciam a religião africana. Duas mulheres e um homem puxavam os cortejos, Ogum, Oiá e Oxum, que hoje estão sendo representados no Acorda São João”, contou.
Dia 20 de novembro é o dia da morte de Zumbi dos Palmares, que faleceu no ano de 1695. O dia da Consciência Negra lembra a resistência do negro à escravidão. Nivaldo faz menção aos 316 anos da morte de Zumbi e afirma que em todos esses anos, os negros tem evoluído na escala social, pois, atualmente existe um negro em cada setor da sociedade.

Texto: Talita Andrade


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