O crítico Pedro Butcher, junto com os produtores Sara Silveira e Paulo de Carvalho, conversaram sobre os rumos do cinema nacional em parceria com terras estrangeiras

Seminário Diálogos do Audiovisual discute oportunidades de mercado para o cinema brasileiro com a presença de produtores reconhecidos internacionalmente (FOTO: Universo Produção/ Flickr)
Seminário Diálogos do Audiovisual discute oportunidades de mercado para o cinema brasileiro com a presença de produtores reconhecidos internacionalmente (FOTO: Universo Produção/ Flickr)

Nessa terça (26), o auditório do Centro Cultural Yves Alves tornou-se palco do seminário Diálogos do Audiovisual. O evento contou com a presença de produtores e críticos do cinema internacional em sua mesa constitutiva para uma conversa sobre as oportunidades de mercado para o cinema brasileiro em geral e relacionado à coprodução internacional.

“A produção de uma obra audiovisual, partilhada, economicamente, entre dois ou mais países com compartilhamento sobre o patrimônio feito”; segundo a Agência Nacional de Cinema, assim define-se a coprodução. A conversa serviu para orientar novos produtores, procurando respostas para perguntas tais como: “quais são os caminhos para a coprodução internacional?” ou “como atrair investidor e produtor para o projeto?”.

“Nos tempos atuais, a coprodução é uma oportunidade de abrir portas para que filmes consigam se garantir em festivais. Existe uma visão diferenciada em relação a ela”. Assim, se iniciou o debate pelo mediador Pedro Butcher, crítico de cinema e colaborador do Brasil CineMundi/RJ (evento do mercado do cinema brasileiro, realizado pela Universo Produção).         

Depois, os produtores Sara Silveira (por videoconferência) e Paulo de Carvalho conduziram o assunto, contando suas trajetórias, experiências e desafios, principalmente, em relação à coprodução internacional. Além de suas parcerias com outros países, entre eles, Alemanha e França, os dois, atualmente, têm filmes selecionados para participar do Festival Internacional de Cinema de Berlim 2016.

Sara Silveira reside em São Paulo e é uma das mais ativas produtoras de filmes do país. Fundadora da empresa Dezenove Som e Imagens, já recebeu apoio através de parcerias internacionais em diversas produções. Atualmente, junto com Anna Muylaert, roteirista e diretora de cinema, autora da obra “Que horas ela volta?”, trabalham na edição do filme “Mãe só há uma” sobre a história de um menino, transgênero, roubado na maternidade que cresce com a família trocada e, aos 16 anos, descobre o fato, um filme baseado em um caso real.

Sara Silveira, uma das responsáveis pelo seminário no quinto dia, junto com Anna Muylaert, roteirista e diretora do filme “Que horas ela volta?”, trabalham em novo filme “Mãe só há uma”, selecionado para a Mostra Internacional de Cinema de Berlim (FOTO: Divulgação)
Sara Silveira, uma das responsáveis pelo seminário no quinto dia, junto com Anna Muylaert, roteirista e diretora do filme “Que horas ela volta?”, trabalham em novo filme “Mãe só há uma”, selecionado para a Mostra Internacional de Cinema de Berlim (FOTO: Divulgação)

Paulo de Carvalho, um dos responsáveis pela atual projeção da produção nacional no exterior, atua como curador de cinema em festivais europeus. Ele, produtor, programador e colaborador do Brasil CineMundi/ Brasil/Alemanha, deu dicas aos participantes e afirmou que no mercado da coprodução “o importante é ter, até no final, um parceiro de confiança que se dedique ao projeto. Este tipo de produção não termina quando é lançado ou apresentado, vai muito além.”, enfatiza.              

A jovem Analice, diretora de um filme acerca do contato dos indígenas com a vida urbana em Manaus, parceira em coproduções com Paulo, também teve a oportunidade de relatar sua experiência em relação à produção financiada por outros países. Ela ressaltou o fato de que “as relações se constroem de acordo com a cultura. Um filme muito regional, como o meu, não era muito bem compreendido por estrangeiros”, declarou.                                                         

A manhã toda do quinto dia da 19ª Mostra de Cinema foi dedicada aos bate-papos com a presença de críticos, diretores e públicos dos filmes exibidos no dia anterior, entre eles, “Urutau”, “Índios Zoró- Antes, agora e depois?” e os curtas da Mostra Foco.                                                

À noite, as Mostras Transições e Aurora deram seguimento à apresentação de longas, com “Tropikaos”, de Daniel Lisboa, e “Aracati”, de Aline Portugal e Julia de Simone, que foram tema da discussão na manhã desta quarta (27).

Confira a programação completa da Mostra nesta quarta (27) clicando aqui.

TEXTO/VAN: GRAZIELA SILVA

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