Universitários se reúnem em prol das minorias e causas sociais de Barbacena

O Coletivo Emancipar é uma organização de Barbacena e região que surgiu em janeiro de 2016. Sem fins lucrativos, apartidário e de cunho social, preocupa-se com o bem-estar da comunidade e, em especial, com as minorias. Para tanto, realizam reuniões para debater sobre os problemas em curso, a fim de encontrar soluções, além de oferecer à sociedade projetos e oficinas, dentre outras atividades.

Símbolo do Coletivo. FOTO: Divulgação
Símbolo do Coletivo. FOTO: Divulgação

O grupo é uma iniciativa estudantil, formado por 18 universitários que moram tanto em Barbacena quanto em outras cidades, como São João del-Rei e Viçosa. Eles se uniram para repensar Barbacena e encontrar formas para tentar ajudar o município. “É um grupo que tem como função auxiliar e apoiar as minorias”, explica um dos integrantes do Coletivo, Matheus Ribeiro.

Inicialmente, a pretensão era trabalhar com pautas relacionadas aos direitos humanos. Porém, devido à carência do ponto de vista de políticas públicas e estruturais da cidade, chegaram à conclusão que muitos outros assuntos deveriam ser tratados. Ampliar as pautas seria uma maneira de atingir um maior número de pessoas e outros movimentos.

 

Política e ação social

O Coletivo Emancipar trabalha com política do ponto de vista social, por isso considera importante debater assuntos como: a questão feminista, LGBT, dos negros, legalização ou discriminação das drogas.

Os projetos que pretende desenvolver estão relacionados à oferta de oficinas de teatro. Entretanto, para a realização dos encontros, é preciso um espaço adequado, que atenda às necessidades das oficinas. Com isso, o grupo está estudando a possibilidade de pedir apoio ao Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Sudeste de Minas (IFET), campus Barbacena.

A organização também quer construir um grupo de debates, chamar a atenção do poder público em relação às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade que estão fechadas e alertar a população sobre o desperdício de investimentos, solicitando aos parlamentares providências.

 

Cidadania em pauta

Um dos princípios do grupo é trabalhar com as minorias, sobretudo a questão da mulher e do movimento LGBT em Barbacena. O Emancipar denunciou, por exemplo, um caso de preconceito. Um estudante foi vítima de homofobia na universidade onde estuda. As agressões partiram de alguns colegas de classe. O integrante do Coletivo, Thiago Martins, entrou em contato com a diretoria da universidade e pediu que uma providência fosse tomada em relação ao ocorrido e que a instituição apoiasse o rapaz, que se encontrava muito fragilizado. A diretoria publicou uma carta, esclarecendo que era contra todo tipo de preconceito.

Ocupação ma Cãmara de Barbacena. FOTO: Paulo Henrique Nepomunceno
Ocupação ma Cãmara de Barbacena. FOTO: Paulo Henrique Nepomunceno

O grupo fez também um abaixo-assinado contra a construção de um presídio em Pinheiro Grosso, distrito de Barbacena. Conseguiram cerca de 2.000 assinaturas, sendo a maioria moradores de Barbacena. O presídio seria erguido em uma área de reserva ambiental, que possui o maior resquício de mata atlântica da região.

A ação teve grande apoio da promotora de Justiça de Meio Ambiente, Elissa Maria Xavier, que lançou uma liminar para embargar o projeto. “Construir um presídio dentro da reserva seria uma atrocidade em todos os níveis, além da questão social, pois Pinheiro Grosso não possui estrutura para suportar os impactos dessa construção”, afirma Thiago Martins.

Para mais informações sobre as ações do Coletivo, acesse a página no Facebook.

 

Emancipar para crescer

O Coletivo Emancipar é uma rica troca de experiências, pois pessoas heterogêneas, de diferentes classes sociais, de cursos diversos aprendem a conviver, o que amplia muito a visão de mundo dos participantes.

“O intuito principal é humanizar, aconchegar a cidade, tornando as pessoas mais próximas e conscientes sobre o que acontece na região. O dinheiro desviado, a injustiça que acontece num simples apelido. Tornar isso palpável, trazer algo abstrato para a realidade das pessoas”, relata o componente do grupo, Paulo Henrique Nepomuceno.

Os integrantes se reúnem todos os domingos, às 15h, em uma praça localizada em frente ao Hospital Santa Isabel, próximo ao IFET. Qualquer pessoa pode participar das reuniões.

 

TEXTO/VAN: Rachel dos Santos

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