O Capim Echinolaena inflexa, mais conhecido como Capim Flexinha, pode ser referência em nutrição animal. A gramínea peculiar do bioma Cerrado é facilmente encontrada na Região do Campo das Vertentes, e atualmente está sendo estudada pela mestranda Sylvia Rocha e Silveira aluna da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e pode ser uma solução para manutenção desse importante ecossistema.
Após a expansão da pecuária sobre o bioma Cerrado, sérios impactos ambientais foram gerados sobre este ecossistema. Por conta da alta produtividade de forrageiras de espécies africanas, estabeleceu-se em todo o território nacional o uso destas gramíneas exóticas, no entanto essas espécies promovem o domínio sobre os diversos ecossistemas brasileiros bem como dependem do uso de fertilizantes.
Os estudos de forrageiras nativas podem contribuir para minimizar os impactos da produção animal principalmente em áreas onde as condições climáticas e de solo não favorecem o uso de espécies exóticas. A pesquisa ministrada pelo curso de pós-graduação em Bioengenharia Ambiental levantou dados importantes sobre o Capim Flexinha que podem colocar a gramínea como importante parceiro na manutenção de espécies de fauna e flora do bioma Cerrado.
A pesquisa é realizada no Sítio Arranca Estaca, proprietário João Dutra, Município de Coronel Xavier Chaves, Minas Gerais e as analises químicas são feitas no Laboratório de Análises Químicas em Biossistemas da UFSJ e no Laboratório de Microbiologia de Rúmen da Embrapa Gado de Leite. O Capim Flexinha foi avaliado ao longo de duas estações principais, seca e chuva,durante um ano agrícola. Foi observado um valor de proteína bem alto da gramínea nativa, sendo 75% de proteína contra 33% do Capim Braquiária brizanta.
Segundo a aluna de mestrado e pesquisadora do projeto, Sylvia Rocha e Silveira, observou-se uma estabilidade produtiva durante todas as estações avaliadas, não havendo diminuição significativa do seu valor nutricional no período da seca como ocorre com a maioria das gramíneas tropicais. Sendo assim pode ser considerada uma opção viável para utilização na nutrição de ruminantes como fonte proteica já que apresenta teores de Proteína Bruta superiores aos do Capim Braquiária que é a gramínea predominante na maior parte do território brasileiro.

Reportagem: Pedro Inácio Leonel

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