Candidatos reclamam sobre o despreparo dos aplicadores, além de violações ao edital e entram com recurso

 

No último domingo (08), foi realizado em todo o estado de Minas Gerais a aplicação dos exames para o concurso de professor e especialista na educação básica pela  Secretaria de Educação de Minas Gerais (SEE-MG). A prova prevista para início às 08h começou às 09h. Além disso, os portões foram reabertos e candidatos que chegaram após o horário de fechamento, previsto no edital, puderam entrar no local de prova. O fato gerou indignação entre os participantes.

De acordo com a Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc) – responsável pela organização do concurso – o atraso para início das provas ocorreu porque quatro escolas em Belo Horizonte – MG não receberam o material de apoio aos fiscais. Portanto, o problema foi logístico. E m nota, a Fumarc informou “Para garantir aos candidatos as mesmas condições na realização das provas, o início do concurso, em todas as regiões, ocorreu quando as quatro escolas receberam o material de apoio.”

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-ute), também se manifestou através de nota publicada no site oficial. De acordo com o sindicato o concurso foi uma conquista adquirida ao final da greve ocorrida em 2017. O governo se comprometeu a realizá-lo. A nota informou ainda que “o cronograma do concurso foi feito dentro do limite do calendário eleitoral para sua homologação ainda no primeiro semestre de 2018.”

O Sind-Ute relatou que candidatos utilizaram celulares dentro de sala, foram feitas filmagens e fotos do pacote de gabaritos e questões da prova, para posterior divulgação.O sindicato acredita que possa existir um movimento organizado para desmoralizar o concurso: “Este grupo é contra concursos públicos e há muito tempo defende efetivação sem concurso, com contrato de 5 (cinco) anos também sem concurso público”, destacou.

O concurso da SEE-MG oferece cerca de 17 mil vagas para os cargos de professor e especialista em educação básica. Foram mais de 170 mil candidatos inscritos. As provas foram aplicadas em várias cidades mineiras.

O estudante de história Rodolfo Ezequiel Sousa Silva, de 23 anos, realizou a prova em São João del-Rei, na Escola Estadual Governador Milton Campos, conhecida como Polivalente. Rodolfo afirma que na sala em que estava não houve saída antes do horário e nem o uso de celulares. Segundo o estudante, o atraso foi de 1 hora e 15 minutos. “Estou com medo deste concurso não ser homologado.”, salienta.

Bianca Silva Marcelino, 24 anos, é formada em filosofia e já trabalhou para o estado com educação integral. Realizou a prova também em São João del-Rei e diz ter ficado revoltada com a situação. ”Não acredito que meu desempenho tenha sido muito afetado, no entanto me sinto indignada em nome de outros concorrentes como gestantes, idosos e pessoas que vieram de outros lugares para fazer a prova. Esses sim foram muito prejudicados pelo atraso” diz.

A educadora ressalta que a postura dos aplicadores perante o atraso era de total desconhecimento, não passavam informações aos participantes o que gerou muito estresse. “Acredito que o concurso foi muito mal organizado de forma geral. Não perdemos a fé na educação, no entanto ser educador está cada dia mais difícil” declarou.

De acordo com o advogado Matheus Augusto Lopes, atualmente não há uma lei geral que embase os concursos públicos. Entretanto, salienta que o edital é a regra básica da realização destes e deve ser respeitado, pois, a violação de tais normas podem fragilizar a segurança do concurso. Em relação aos indícios de vazamento da prova, o advogado afirma que as apurações devem ser feitas com cautela. “O candidato que se sentir prejudicado deve procurar pela Secretaria Estadual responsável pelo concurso e pelo próprio Ministério Público para medidas mais drásticas quanto a apuração das irregularidades.” esclarece.

De acordo com o edital o resultado final do Concurso Público será publicado no Diário Oficial dos Poderes do Estado – Minas Gerais, onde constarão as notas finais dos candidatos aprovados, assim como a classificação por eles obtida.  O gabarito da prova pode ser consultado no site.

 

Texto/VAN: Carla Marques, Kamila Amaral, Yasmim Nascimento
Colaboração: Isadora Jales
Foto/Reprodução: Carlos Sodré/Ag. Pa

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