A exposição A Arte Liberta pode ser conferida até 27/5 no Centro Cultural da UFSJ

 

 

A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) realiza até 27 de maio a exposição “A Arte Liberta”. A mostra, realizada no Centro Cultural da UFSJ, em São João del Rei, visa dar voz à comunidade carcerária por meio de seus trabalhos artísticos.

Pinturas, poemas, fotografias e artesanatos enfeitam o local e ilustram a realidade dos detentos. Os três setores da exibição – nomeados “A Estrela”, “O Labor” e “O Garimpo”- trazem consigo trabalhos intensos que quebram tabus e exibem um novo olhar acerca  da construção de um sistema carcerário humanizado.

A APAC explica que a ideia da exposição surgiu por meio de um edital divulgado pelo Centro Cultural da UFSJ. “Como os recuperandos fizeram recentemente um curso de fotografia e já tinham grande quantidade de materiais produzidos na  APAC, mandei a proposta e ela foi aprovada no final do ano passado”, conta.

Com o propósito de construir um ambiente de diálogo, reflexão e comunicação, mesas redondas irão compor o ambiente durante todas as quintas-feiras. Assuntos como a metodologia da APAC, a educação no sistema penitenciário e a mulher no cárcere serão debatidos e abordados por diversos especialistas.

Flávio Tófani, do projeto Tio Flávio Cultural, ministrou no dia 26 de abril a primeira mesa redonda da exposição e falou sobre a importância do educador social e do trabalho voluntário. O empreendedor social também ressaltou a importância do projeto e seu significado. “A exposição por si só é fantástica. Ela é, para os detentos, um abrir de olhos e um convite para uma nova vida”, afirmou.

A motorista Eliete Longatti revelou o impacto que a exposição teve em seu cotidiano. “Eu me renovei. Fazia tempo que não pensava em ajudar o próximo como costumava fazer, mas depois de ter passado por aqui me senti na obrigação de voltar a ajudar os outros”, enfatizou.

Antônio Fuzato, presidente da APAC de São João Del Rei e vice-presidente da FBAC (Fraternidade Brasileira das APACS), se emociona ao ver o crescimento da associação, que completa 10 anos em 2018. “Eu, como ex preso nos anos 70, fico muito feliz de poder contribuir para a vida dos recuperandos. A associação cresce cada vez mais e conta com muitos voluntários”, afirma.

A exposição pode ser visitada de segunda a domingo, das 8 às 20h. A entrada é gratuita.

Texto/VAN: Isadora Jales e Thauana Gomes
Foto/VAN: Thauana Gomes

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