Com a escalada do dólar, houve uma forte pressão sobre a Petrobrás, forçando uma mudança nos planos do governo federal, que deve consentir um reajuste nos valores da gasolina e do óleo diesel. Ainda não foi determinado o momento ideal para a alta nos preços e este reajuste já foi requerido formalmente pela Petrobrás ao governo, servindo para reduzir a diferença entre o custo do combustível comprado pela estatal no exterior e aquele vendido nos postos de gasolina no Brasil. 

No município de Barbacena, esta alta de preços dos combustíveis parece ainda não ter afetado a população, como garante Hélio Cândido, gerente de um posto de gasolina. Hélio afirma não estar informado sobre um possível reajuste, uma vez que ainda não fora solicitada uma taxa de aumento por meio de seu patrão. “Até o momento, não foi repassada para nós aqui no posto uma porcentagem estipulada para tal aumento”, afirma. O gerente complementa ainda que o posto mantém uma linha de preços constante e não acredita que outros postos de gasolina de Barbacena estejam com uma taxa de preços mais elevada: “Hoje estamos com uma média de R$ 3,020 para a gasolina e R$ 2,420 para o diesel”, ressalta Hélio.

O taxista barbacenense André Guedes diz não concordar com os constantes reajustes dos combustíveis, uma vez que utiliza frequentemente esses produtos. “O meu ganho continuará o mesmo, porém os gastos aumentarão, pois priorizo o uso do carro para o trabalho”, afirma. Entretanto, André admite que, com tais reajustes, consegue certo lucro com a sua profissão. “Aqui em Barbacena, por exemplo, muita gente está preferindo utilizar o serviço de táxi a andar em seus carros, pois está saindo mais em conta para eles”, ressalta.

Segundo o taxista, em Barbacena os postos de gasolina não mantêm a mesma faixa de preço, de forma que ele prefere abastecer em postos nas estradas: “Próximo de Contagem, por exemplo, a média fica em R$ 2,078, enquanto que, aqui dentro da cidade, a média está em R$ 2,096”,  explica André.

Para a coordenadora do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) Daniela Almeida Raposo, o reajuste trata-se de um rumor, uma vez que o câmbio tem sofrido nos últimos dias uma desvalorização e, com isso, a perda para as distribuidoras tem dado uma ideia de reajuste. Daniela diz que, caso ele aconteça, será especulativo, pois estariam se aproveitando de uma situação momentânea, já que a variação do câmbio pode fazê-lo retornar aos patamares do início do ano. “De forma que não concordo com o aumento, uma vez que ele pode prejudicar a sociedade mediante o aumento da taxa de inflação”, completa.

A coordenadora ressalta ainda que um possível reajuste pode afetar não só quem possui um carro, mas todo e qualquer consumidor, já que ele necessita do transporte para trabalhar ou se locomover. “Além de que, como todo transporte de carga no país depende de caminhões, o aumento no preço do combustível onera o preço do frete repassado para o consumidor, via aumento de preços dos produtos. O combustível representa um insumo no âmbito econômico sem um substituto, logo, um aumento no preço do mesmo não permite ao consumidor trocar por outra coisa”, garante Daniela.

VAN/Vinicius Costa

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