Imaginas a tua marca…
Talvez já existisse, sem tu saberes.
E ficas ai, vendo surgir na mesma terra, em outra data,
Novos dilemas e batalhas, ah! é para tu reveres.
Criastes, a qualquer preço, o mais difícil para a gente:
Fazer de tudo mais possível.
Mostrar o peso e a força da mente, no combate ao cerco:
A sua é, agora, a nossa capa invisível.
Quem, quem sois vós?
Tão vigoroso, tão potente,
Que pouco sabia e perdia-se por nós,
Tão firme e imponente?
Medita-se tua queda, prescrita tolamente pelo velho cérebro,
Se desafiou tua meta, sucumbiu no auge da tua vitória.
Na batalha, o sangue em tuas grossas veias, feroz e rubro,
Te tornou, além de deus e de soldado, o corpo de uma memória.
Já raiou a tua liberdade, bem à vista.
E dela, galante que fostes, garantiu a nossa parte.
Trouxestes, com estrondosa conquista,
Não só o eterno horizonte, mas a realeza da verdade.
Erguestes, diante de nós, a muralha:
Inatingível, inabalável, maciça e resistente, decerto,
Pois agora se mostra abatida, toda a força canalha,
Contra nossas paredes de concreto.
Representas, desde a tua glória,
Aquele grande homem que, seguro,
Nos faz também viver, com os filhos agora,
Na esperança de marcar outros muros.

Texto/VAN: Lorene Souza

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