Marina Ratton

Doceira Edna dos Santos 
Foto: Marina Ratton
O Dia do Trabalho, comemorado internacionalmente em 1º de maio, surgiu em homenagem a uma greve ocorrida na cidade de Chicago (EUA), no ano de 1886. Nesta data, milhares de trabalhadores se reuniram para reinvidicar melhores condições de trabalho e a redução da jornada de 13 para 8 horas diárias. Apesar das condições trabalhistas terem se transformado desde esta época, há quem prefira trabalhar por conta própria. 
Em São João del-Rei, algumas pessoas afirmam que optaram por trabalhar de forma independente por gostarem do que fazem, e também por ser uma tradição familiar. “Eu trabalho desde os 10 anos de idade, na época eu vendia doces para os meus pais. Depois, eu comecei a trabalhar como empregada doméstica, e vendia só nos finais de semana. Mas, de uns vinte anos pra cá eu vivo só de vender os docinhos mesmo”, declara a doceira Edna dos Santos.
Pipoqueiro Rinaldo Fernandes
Foto: Marina Ratton
O pipoqueiro Rinaldo Fernandes diz que são 47 anos dedicados ao mesmo trabalho. “A gente faz muitas amizades e espera levar um produto de qualidade para todo mundo. O milho que a gente usa para fazer a nossa pipoca é a gente mesmo quem cultiva, não é comprado. Nós procuramos manter, pois faz parte de uma tradição, são quase 50 anos”, ressalta Rinaldo. 
Benefícios e desafios do mercado informal
Trabalhar de forma autônoma, criar um nome ou uma marca, garantir a “clientela” nem sempre é fácil, ainda mais quando se trabalha com produtos alimentícios, feitos de forma caseira. Alguns ainda buscam alternativas para garantir a qualidade e a comercialização de seu produto.
 A doceira Edna dos Santos, conta que a sua participação no Projeto Delícias de antigamente fez aumentar suas vendas. “Quando me convidaram para esse projeto foi no mesmo ano que ele surgiu, em 2000. A ideia faz parte de uma ONG e eu fui a primeira pessoa a ser matriculada e a participar. Na época era muito difícil, pois o pessoal tinha vergonha, porque tinha que usar avental e esses tipos de coisas. Mas, eu achei maravilhoso, gostei mesmo da ideia e me ajudou muito”, declara.
Vendedora Geralda Cancio
Foto: Marina Ratton
Nem sempre as pessoas que exercem alguma atividade por conta própria, se preocupam em garantir os direitos fornecidos pela Previdência Social, tais como a aposentadoria e auxílio doença.  A vendedora de amendoim e coco queimado Geralda Cancio, acredita que os benefícios para quem trabalha de forma autônoma não são tantos. “Eu acho que você trabalhando com a carteira assinada é melhor no sentido de garantias para o trabalhador. Eu até paguei o INSS um tempo, porque faz falta sim. Mas, eu gosto do meu trabalho e criei todos os meus filhos com ele”, relata.
Na maioria dos casos, quem desenvolve uma atividade autônoma, sobretudo quando esta é herdada de família, acaba abandonando os estudos, como no caso do pipoqueiro Rinaldo Fernandes. “Eu nasci e fui criado nesta atividade aqui. Eu trabalho com o meu pai desde os sete anos de idade, então, eu não saio deste serviço por causa disso”, afirma.

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