Após empate turbulento por 2 a 2 no tempo normal, Social vence Minas nos pênaltis

A partida foi marcada por decisões controversas do trio de arbitragem. FOTO/VAN: Anna Virgínia
A partida foi marcada por decisões controversas do trio de arbitragem. FOTO/VAN: Anna Virgínia

Na tarde desse domingo, mais de 500 pessoas compareceram ao estádio do Juventus, em São João del-Rei, para acompanhar a partida decisiva da Copa SJDR de Futebol Amador. Em campo, as duas equipes suaram a camisa e fizeram um bom jogo. Após o empate por 2 a 2 no tempo normal, o Social derrotou o Minas na disputa por pênaltis, sagrando-se campeão do torneio.

 

O jogo

Uma vez que a primeira partida da final terminou empatada em 0 a 0, Minas e Social entraram em campo cientes de que marcar gols era uma obrigação. E assim o fizeram. O número de faltas foi bastante alto, sintoma do nervosismo que tomava conta das equipes. O desafio do Social era manter o domínio que teve na partida anterior, mas tendo melhor aproveitamento nas finalizações. Já o Minas precisava se recompor após o primeiro jogo, que foi abaixo das expectativas. Nos dois lados, as limitações técnicas dos jogadores foram compensadas com entrega e determinação.

Nos primeiros 10 minutos de partida, os jogadores tinham dificuldade para trabalhar a bola e chegar à defesa adversária. As melhores chances de gol surgiram de cobranças de falta próximas às grandes áreas. Foi assim que, aos nove minutos, o Social abriu o placar com Edson José, que cobrou a falta direto para o gol e contou com a ajuda do goleiro adversário.

Após o gol do Social, o jogo mudou. O Minas passou a dominar a partida, controlando o meio-campo e criando boas chances de gol, explorando principalmente o lado esquerdo da defesa adversária. Aos 22 minutos de jogo, a equipe finalmente conseguiu marcar. Contudo, o gol foi corretamente anulado, uma vez que o atacante Robson Rubens utilizou a mão para dominar a bola antes de chutá-la ao gol.

A espera pelo gol de empate não foi longa. Aos 36 minutos, após cobrança de falta no limite da grande área, um dos homens da barreira colocou a mão na bola. Pênalti para o Minas. O mesmo Robson Rubens bateu e marcou. Durante a comemoração, o atacante explodiu de alegria e, assim como seus companheiros, correu até o alambrado para junto de sua torcida. Após o gol de empate, a equipe do Minas teve ainda mais volume de jogo, mas não conseguiu marcar seu gol.

Jogadores do Social (azul) e do Minas (branco) cercam o árbitro auxiliar. FOTO/VAN: Anna Virgínia
Jogadores do Social (azul) e do Minas (branco) cercam o árbitro auxiliar. FOTO/VAN: Anna Virgínia

Foi o Social quem voltou melhor para o segundo tempo. Durante os primeiros 20 minutos, articulou lances perigosos, principalmente em jogadas de bola parada. Aos 16 minutos, foram recompensados. Após troca de passes na intermediária adversária, Edson José encontrou Felipe Ilton, que, livre de marcação, teve tempo de dominar a bola, escolher o canto e encher a rede adversária.

Nesse momento, o 2 a 1 no placar dava a vitória e o título ao Social. Isso refletiu na atitude da equipe do Minas, que se mostrou nervosa e afobada. Aos 21 minutos, quando o Minas teve mais um gol anulado, os ânimos afloraram tanto entre os jogadores quanto entre a torcida, que se inflamou e ameaçou invadir o campo. O gol de empate chegaria aos 40 minutos do segundo tempo: Pedro Augusto aproveitou um cruzamento de Dárcio para cabecear a bola para o gol.

Cenas lamentáveis

Após a expulsão do jogador Roger Vinícius, do Minas, aos 45 minutos do segundo tempo, iniciou-se uma grande confusão em campo. Os jogadores de ambas as equipes cercaram o árbitro e, logo depois, desentenderam-se e começaram a se agredir. Aqueles que estavam nos bancos de reserva e também os membros das comissões técnicas invadiram o gramado, seguidos por torcedores, que pularam o alambrado para juntar-se à confusão.

Quando a polícia chegou ao local, a briga já havia terminado. O jogo ficou interrompido por nove minutos. Ao final, o árbitro decidiu dar por encerrada a partida, que seguiu para as cobranças de pênaltis.

A Copa SJDR de Futebol Amador foi decidida nos pênaltis. FOTO/VAN: Anna Virgínia
A Copa SJDR de Futebol Amador foi decidida nos pênaltis. FOTO/VAN: Anna Virgínia

Disputa por pênaltis

A Copa SJDR de Futebol Amador foi decidida nos pênaltis. Após nove cobranças, o Social sagrou-se campeão. “Nós tivemos mais raça, vontade. E, no final, na hora das batidas de pênaltis, apesar do povo falar que pênaltis é competência, acho que tem muito a ver com sorte,” afirma o jogador da equipe campeã Dudu. Já o goleiro do Minas, Marcelo, pensa de outra maneira.  Para ele, a disputa por pênaltis é competência. “Eu não acho que a disputa por pênaltis seja sorte ou ‘loteria’… O time deles foi mais competente nas finalizações e ganhou”, avalia.
Além do título, a equipe do Social recebeu mais dois prêmios. Edson José e Paulo Vitor receberam, respectivamente, os prêmios de artilheiro e goleiro menos vazado.

 

O homenageado

Nicolau Brighenti Cipriani foi o homenageado da primeira edição da Copa SJDR de Futebol Amador. Nicolau conta que estranhou quando perguntaram se podiam colocar o campeonato em seu nome. “Foi uma surpresa e um prazer muito grande ser o primeiro a ser homenageado em vida com o nome do troféu aqui em São João del-Rei”, afirma. Após o fim da partida, Nicolau foi responsável pela entrega das premiações aos jogadores.

A vida de Nicolau Brighenti Cipriani está profundamente ligada ao esporte. Ele é um dos fundadores do Nacional Esporte Clube, é responsável pela criação do campeonato varzeano da cidade, além de ter ocupado a função de auxiliar e diretor técnico na Liga Municipal de Desportos (LMD). Nicolau fez curso de arbitragem, o que possibilitou que ele apitasse muitos jogos na região e se tornasse, também, diretor de arbitragem.

A relação de Nicolau com o futebol chegou à imprensa. “Em primeiro de abril de 1986, a rádio me chamou para começar a fazer um programa de esporte”, diz Nicolau. O programa Bate Bola, na Rádio São João del-Rei, foi apresentado por Nicolau de 1986 até 2014, quando se afastou devido a problemas de saúde.

 

Organização da competição

Aldo Nunes, um dos organizadores do campeonato, conta que a Copa de Futebol Amador foi idealizada com o intuito de suprir a carência de competições no primeiro semestre. “A gente viu uma falha no calendário e montamos a Copa, que está sendo um sucesso”, avalia. Aldo destaca o alto nível técnico das equipes que participaram e enaltece a organizacão e o respeito ao regulamento. ”Nosso grande mérito foi que não saímos um segundo do regulamento. É assim que se faz futebol”.

Contudo, o organização reconhece que há pontos que precisam de aperfeiçoamento. ”A gente sabe que precisa melhorar o campo, buscar dar mais conforto para o torcedor”, conta. Além da segunda edição da Copa de Futebol Amador, em 2017, Aldo também planeja a organização da versão sub-23 da Copa em São João del-Rei, no segundo semestre deste ano.

 

A disputa do terceiro lugar

No palco da grande decisão, Juventus e Bonfim se enfrentaram pela disputa do terceiro lugar na Copa. A partida foi marcada pela grande quantidade de gols e terminou com a vitória da equipe do Juventus, por 6 a 4.

 

TEXTO/VAN: Anna Virginia e João Vitor Bessa

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