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“São João del-Rei é uma cidade onde muito se vê a presença de pedintes e de moradores de rua”. A afirmação é da assistente social do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Susane Walter. Este quadro é consequência de simples atitudes, já que por motivo de caridade ou solidariedade e até mesmo religiosidade, as pessoas sustentam os mendicantes, declarou o coordenador responsavel pela proteção à população de rua, Raphael Resende. Uma campanha já realizada e que Resende está para relançar é para que os cidadãos abracem a ideia de que, se querem ajudar, ajudem com doações diretamente aos pontos específicos de ajuda; assim, evitam ser cúmplices dessa situação que merece atenção e ajuda.

Um desses locais é a Casa Sopa do Vovô Faleiro, que alimenta os desabrigados com um jantar todos os dias. Outro exemplo é o Abrigo Noturno Sagrada Face, coordenado e financiado pela Sociedade Vicente de Paula e os Vicentinos, e que há cerca de 35 anos busca oferecer um conforto e um lar temporário para os moradores de rua. Assim sendo, acolhe não apenas os de São João del- Rei, mas também para aqueles que chegam de outras cidades da região.

O Albergue, administrado por João Batista da Silva há 20 anos, oferece 12 leitos para homens e 04 para mulheres. Cada morador tem o direito de permanecer uma semana no abrigo, tempo necessário para se organizarem e voltarem a se estruturar com a família ou para conseguir uma passagem de volta à cidade em que vivem.

João Batista explica que o albergue fornece sopa `a noite e café da manhã, além de permitir que os moradores tomem banho, recebam roupas limpas doadas pela população da cidade e produtos de higiene pessoal.

– “Nossas despesas mensais chegam a cerca de 300 reais. É pouco porque nós recebemos muitas doações, o que ajuda bastante, mas roupa sempre está em falta, principalmente para os homens”, declara Silva.

“Não é crime a pessoa estar na rua, é um direito deles”, disse Resende, acrescentando ainda que alguns estão na rua por escolha, seja pelo vício com drogas ou álcool, seja pelo sentimento de liberdade. Por isso, devido a certas pressões sofridas, sair de casa pode ser um refúgio. O coordenador e a assistente frisam que a ajuda só é concretizada com o consentimento do indivíduo, pois não se pode obrigar, o que poderia dificultar o trabalho com os desabrigados:

– “É feita uma identificação, mediante a demanda apresentada das pessoas que se encontram morando nas ruas; e quando estes são identificados é feita uma triagem sobre o necessitado”, informou Resende.

A partir dessas informações, é realizado um encaminhamento quando o morador de rua quer ser ajudado, ou para acolhimento, ou tratamento se for o caso de dependência química, ou passagem de retorno à cidade de origem, finalizou coordenador.

Texto: Vanessa Vicente

Foto: Alessandro Carvalho / Divulgação

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