Em
tempos de economia de água, a ONU (Organização das Nações Unidas) realizou em
Marselha, na França, o Fórum Mundial da Água, que divulgou um relatório de
dados alarmantes sobre o desenvolvimento dos recursos hídricos do planeta e
afirma que será preciso tomar atitudes urgentes para evitar o desperdício da
água. “A água doce não está sendo usada de forma sustentável, de acordo com as
necessidades e demandas”, afirma a diretora geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Irina Bokova.
      Dentre
os vários temas sobre a utilização dos recursos hídricos, a ONU destaca a
precariedade do saneamento básico, afirmando que cerca de 80% das águas
residuais não são recolhidas e nem tratadas: os responsáveis jogam-na
diretamente nas massas de água ou no solo, podendo causar problemas de saúde
para a população e deterioração do meio ambiente.

      Em São João del-Rei, é
possível encontrar uma grande parte do problema abordado pela ONU: a
precariedade no saneamento. Segundo o
Departamento Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Damae), 100% do esgoto de
responsabilidade da empresa é jogado nas massas de água, sem qualquer
tratamento. A empresa fornece água tratada à população são-joanense e, segundo
consumidores, este fornecimento não ocorre durante o dia todo. A empresa
utiliza como forma de cobrança uma taxa fixa que, segundo José Cosme do
Nascimento, diretor operacional da empresa, é calculada de acordo com a renda
média da população de cada bairro. Isso causa uma grande insatisfação por parte
da população que, em maioria, concorda que não é uma forma justa de cobrança.
Quanto ao tratamento das águas residuais, os consumidores têm consciência de
que são depositadas no Córrego do Lenheiro e acreditam que o ideal seria o
tratamento do esgoto, que, segundo José Cosme do Nascimento, já está em
processo: “Só de ter o projeto já estamos dentro da lei”, disse o diretor
operacional da Damae.

      Já em alguns
poucos bairros da cidade, quem atua é a Copasa (Companhia de Saneamento de
Minas Gerais). Segundo Aurélio Suenes, diretor da empresa, 80% do esgoto de sua
responsabilidade é recolhido e tratado sem aditivos químicos e em seguida é depositado
no Rio das Mortes. A empresa fornece água à população dos bairros Colônia do
Marçal, Águas Santas e César de Pina, com cobrança feita pelo hidrômetro, que
mede a quantidade gasta por casa e faz a cobrança de acordo com essa medição. Conforme
os consumidores, essa é a forma ideal de cobrança, além de a água ser de boa
qualidade e o fornecimento, satisfatório. Ou seja, uma maneira mais sustentável
de utilizar os recursos hídricos.

      Reportagem:

Ana Clara Abreu e Fabrício Nascimento.

      Foto:
Fabrício Nascimento.

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