Aila Bonetti e cliente 

A cidade de São João del-Rei possui hoje
cerca de 400 salões de beleza, afirma o cabeleireiro e diretor do Núcleo de
Beleza da cidade, José Carlos do Nascimento. Ele acredita que esse é um setor
que cresceu consideravelmente nos últimos anos, apesar de muitos salões não
serem legalizados e da profissão não ser reconhecida. “É possível ver numa
mesma rua da cidade, vários salões funcionando e todos com clientela
satisfatória”, destaca o cabeleireiro.
  José Carlos relata que já foi contador e
trabalhou com culinária, mas foi como cabeleireiro que se realizou
profissionalmente. Há 19 anos trabalha neste ramo da beleza e há 17 anos
oferece cursos para quem deseja ingressar na área. Desde que começou, a procura
nos cursos aumentou mais de 60%. “Nas minhas primeiras turmas em 1994 havia apenas
14 alunos, hoje tenho 40 alunos que são divididos em duas turmas, tarde e
noite”, afirma José Carlos.
   A manicure, Nazaré Celeste Soares, conhecida
como Tuca, trabalha no setor de beleza desde 1989. “Quando eu comecei atendia quatro
clientes por semana. Depois foi aumentando; dentro de um ano eu passei a
atender 15 por semana e hoje atendo umas cinqüenta pessoas por semana” declara
Tuca.  Ainda ressalta que semanalmente
ela dispensa em média 12 clientes, porque os horários estão todos preenchidos.
Tuca lembra que quando começou também trabalhava como doméstica e que quando
percebeu que fazendo unha ganharia muito mais, resolveu investir no ramo.
A design de sobrancelha e maquiadora, Aila Bonetti começou a
trabalhar no setor em 2007. Ela afirma que, desde então, o atendimento cresceu
50% a cada ano e em pouco tempo Aila deixou de atender na sua casa para atender
num salão montado por ela. Hoje ela atende em média 10 pessoas por dias e há um
aumento em épocas festivas como vésperas de feriado e férias. “A procura por
esses serviços vem aumentando, porque a televisão frisa o assunto a todo o
momento, nos comerciais, nas novelas, programas de humor, de culinária…
qualquer programa tem um apelo para estética, mesmo que indiretamente”, afirma
Aila.
  A cabeleireira Elisabete N. de Oliveira,
começou a trabalhar como cabeleireira em 1986. O crescimento nos atendimentos
cresceu cerca de 80%. Hoje a Empresa Belle Époque Sanjoanense, na qual é
proprietária, possui uma média de 30 atendimentos por dia. A cabeleireira tem
formação superior em Filosofia, mas optou em permanecer no setor de beleza, que
para ela é muito gratificante pela possibilidade de elevar a auto-estima dos
clientes.
    Janaína trabalha como cabeleireira desde
2002 e para ela a cada ano o atendimento cresceu consideravelmente, ressalta.
Diariamente atende 12 pessoas por dia, sendo que novembro, dezembro, janeiro e
fevereiro, são meses que o atendimento dobra ou até triplica. Janaína acredita
que as pessoas estão procurando mais esses serviços principalmente porque contribui
muito com a auto-estima, sendo também um momento que as pessoas têm para
relaxar.
   A comerciante Andreza
Castanheira vai toda semana ao salão de beleza e gasta mensalmente 13% do seu
salário com esses serviços. Para a comerciante, a preocupação e o desejo por
melhorar a aparência, somada à falta de tempo para que as pessoas se cuidem
sozinhas são fatores que contribuem para o crescimento do setor. No país,
o número de salões de beleza cresceu 78% em cinco anos, de 309 mil, em 2005,
para 550 mil, em 2010, segundo levantamento da Associação Nacional do Comércio
de Artigos de Higiene Pessoal e Beleza (Anabel).
“Núcleo da Beleza” de São João Del
Rei
 O “Núcleo da Beleza” de São João Del Rei,
realiza um trabalho junto com a Associação Comercial e Industrial da cidade,
que tem como objetivo a melhoria dos salões de beleza, já que na cidade existem
muitos, apesar de nem todos serem legalizados. “Com o “Núcleo da Beleza”
buscamos então qualificar os profissionais, no atendimento e na ética
profissional; a fim de que possamos legalizar todos os estabelecimentos que
trabalham com a beleza”, afirma o diretor do núcleo José Carlos. O cabeleireiro
acredita que esse trabalho é difícil, principalmente pelo fato dos cabeleireiros
não serem considerados profissionais e não possuírem um piso salarial.  Isso implica na perda de vários benefícios,
já que o cabeleireiro tem que trabalhar como autônomo. “Insalubridade nós não
temos, mesmo lidando com produtos químicos fortíssimos principalmente o formol,
que dizem ser proibido, mas muitos produtos ainda contém”, declara José Carlos.
Texto e Fotos: Marcilene Hallak
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