Mal começamos a ouvir falar das eleições deste ano e São Tiago já
está se movimentando para o embate. É que dessa vez, depois de
muitos anos, a cidade volta a ter mais de dois candidatos concorrendo
ao cargo de prefeito.
O atual prefeito, Denílson Silva Reis, que permaneceu no cargo por
oito anos, aponta como positivo o fim do seu mandato e confia em um de
seus secretários, Leonardo Silveira Martins, para ser seu sucessor.
“Ao fim da minha gestão o sentimento é de dever cumprido. Como
meu tempo aqui já passou, gostaria de deixar a casa nas mãos de
alguém em quem eu confie e que vá continuar com todo o trabalho que
está sendo desenvolvido”, conta.
Denílson, que faz parte do PSDB, acredita que o próximo prefeito
deverá ser técnico e não apenas político e diz estar preocupado
com isso porque quem decide é o povo. “O setor público tem que
ter uma continuidade. Nossa gestão foi feita por servidores da casa
e técnicos, e não por pessoas ligadas a partidos políticos.
Fatalmente haverá uma mudança de gestão e o próximo prefeito tem
que saber o que está acontecendo com a prefeitura para colocar sua
visão dentro do que está sendo feito”, ressalta.
Leonardo Silveira Martins, apesar de ter o apreço de Denílson,
acredita que ainda é cedo para dizer que será o candidato da
continuidade. “A única coisa que posso dizer agora é que estamos
ainda decidindo o que será melhor para a cidade. Não posso afirmar
se serei esse candidato que Denílson quer, mas a possibilidade não
pode ser descartada”, afirma.
Mesmo estando em período de pré-candidatura, o possível candidato
apoiado pelo atual prefeito já tem concorrentes. Irimar José
Mendes, do PMDB, que já se candidatou duas vezes, acredita que serão
três candidatos em busca do cargo. “A busca de eleitorado se dá
em torno de programas de governo, que serão divulgados pela
propaganda eleitoral. Se tivermos os três candidatos, os votos
ficarão espalhados e o eleitor deverá decidir em qual opção
apostar”. Irimar afirma defender um governo com transparência e
participação da população para apresentar o que deve ser feito no
município. “Política é participação e tem que ter o apoio da
comunidade. O prefeito é o administrador, o gerente, que deve contar
com essa participação para delinear e definir o que deve ser feito
com o dinheiro público”, conclui.
Outro concorrente, candidato do PTB, Ernane de Carvalho Santiago
está pela primeira vez concorrendo ao cargo majoritário, depois de
ser vereador por quatro mandatos. Afirma que se candidata para poder
oferecer a São Tiago aquilo que a cidade ainda não tem. “Minha
larga experiência, associada com a vontade de ser prefeito, me
possibilitou a pré-candidatura. Uma das minhas maiores preocupações
é com a juventude e pretendo fazer para São Tiago aquilo que não
vem sendo feito”, afirma.
Na última eleição, Ernane, que concorreria a vice, alega ter sido
induzido a deixar o cargo para outro candidato e que receberia apoio
na campanha de 2012. “Deixei de ser candidato a vice na última
eleição para poder concorrer como vice de um determinado candidato
nas eleições de 2012, mas não fui sequer procurado e resolvi me
lançar pelo meu partido”, alega Ernane que ainda diz que as
eleições são um jogo e somente as propostas irão clarear o
pensamento do eleitor.
Francisco Aristeu Pereira, político conhecido na cidade, também
não descarta a possibilidade de o Democratas, partido do qual é
presidente, lançar chapa. Ele, que foi prefeito por dois mandatos,
aponta dois possíveis nomes mas não descarta a possibilidade de ser
candidato também. “Estou pendente com a justiça e se meus
processos forem concluídos a tempo, serei candidato pelo DEM e, se
acaso não puder, tenho dois nomes de confiança para o pleito: Luis
Carlos da Mata e Paulo Ananias Campos”, afirma.
Além da eleição para prefeito, a disputa para vereador também
será acirrada. Como São Tiago possui menos de 15 mil eleitores, a
Câmara dos Vereadores terá de ser ocupada por nove cadeiras. Luiz
Fernando de Sousa, do PR, partido que não é da base da atual
administração, já é vereador e aposta em uma reeleição em 2012.
“Fui o vereador mais jovem eleito em São Tiago e no Estado e a
reeleição vai ser importante para dar continuidade ao trabalho das
bases da juventude. O trabalho de um vereador deve ser feito a
projetos e não a partido ou pessoas; e o interesse da coletividade
deve se sobrepor a qualquer interesse partidário”, ressalta.
O vereador também foi chamado a ser vice, mas descarta essa
possibilidade já que acredita que precisa fazer mais como vereador e
que após o mandato do atual prefeito, a disputa vai assumir um nível
muito elevado, exigindo certas condições dos candidatos. “Para
ser candidato a prefeito em São Tiago não era preciso ter um
projeto claro para a cidade. Depois da atual gestão, esse nível foi
elevado em muito e é preciso estar preparado para assumir um cargo
desses. Ser prefeito ou assumir qualquer outro cargo superior exige
preparo do qual ainda não tenho. Não descarto a possibilidade, mas
não quero encarar a próxima eleição como briga de partidos”,
conclui.
Para concorrer ao cargo e representar as mulheres na Câmara,
Liliane Andrélia da Silva, integrante do PT há dois anos, afirma
que não vai disputar apenas para dar voz ao seu partido, mas para
por em prática aquilo que acha melhor para cidade. Motivada a
participar do cenário político local quando o marido foi candidato,
Liliane quer mostrar que a mulher tem força para assumir um cargo
público. “O sexo influencia muito na posição ocupada dentro da
sociedade. A mulher ainda é muito taxada, mas por ter uma visão
diferente pode contribuir muito para as decisões da e para a
comunidade. A presidente Dilma é um grande exemplo disso e se nos
unirmos podemos sim fazer a diferença”, conclui.
Ao fim do longo mandato da atual administração, os santiaguenses
avaliam a situação política da cidade. Tânia Oliveira,
comerciante, afirma que muito foi feito, mas que ainda haveria mais a
se fazer. “A cidade ficou bem amparada nesses oito anos, mas
poderia ter sido feito mais. A área da saúde foi muito bem
administrada, mas na área social vejo que faltou muita coisa. Um
exemplo disso são as casas populares que ainda não chegaram à
cidade e que são muito necessárias”, comenta. Tânia ainda diz
que o eleitor deve ser mais participativo já que é responsável
pelos políticos que elege. “É necessário esperar a campanha e
não dá pra vincular um próximo prefeito com outros
administradores. A propaganda e a campanha são muito importantes e
debates e palestras podem ajudar a fazer a melhor escolha. Temos que
ficar ligados, interessados e questionar para ficarmos mais
esclarecidos sobre as propostas. Infelizmente ainda somos muito
omissos”, lamenta.
Assim como Tânia, Carlos Henrique de Almeida, professor, acredita
que a saúde foi levada na medida em que deveria, mas outras áreas
não receberam cuidados necessários. “Relativamente a
administração deixou um pouco a desejar e acredito que já seja
hora de mudança”, diz.
O prazo máximo para os partidos realizarem as convenções e
lançarem suas chapas expira em 30 de junho, sendo que o primeiro turno das
eleições acontecerá no dia 07 de outubro.
Texto: Michele Santana
Foto: jangadeiroonline.com.br


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