A cidade de São João del – Rei possui uma quantidade significante de acervos históricos que contam com igrejas e museus como seus guardiões. A maior parte dessas peças é, artisticamente falando, de grande valor. Com isso, não é de se estranhar que pessoas mal intencionadas já tenham cometido furtos, fato comum desde o século XIX, em Minas Gerais.  

Os roubos da região ocorrem com maior frequência nas igrejas, pois são locais mais vulneráveis e com pouco monitoramento, se comparados aos museus. Atualmente, todo o conjunto de museus existentes no país é pertencente ao Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), que tornou mais eficaz a segurança desses espaços.  

Segundo Ryanddre Sampaio, museólogo do Museu Regional de São João del – Rei, pode-se conferir toda a lista de peças furtadas através do site do IBRAM, em que  é disponibilizado o Cadastro de Bens Musealizados Desaparecidos (CBMD). A CBMD é uma das ações implantadas pelo IBRAM que, além de ajudar na busca de itens desaparecidos, tem como objetivo a melhora das medidas de segurança nos museus brasileiros. 

As peças, ainda desaparecidas do Museu Regional desde a década de 60 e 70, são, aproximadamente, 7, segundo Ryanddre, embora constem apenas 3 no site do IBRAM. Dentre elas está a imagem de Nossa Senhora da Conceição, também conhecida como Nossa Senhora da Rosa Mística.  

Olinto dos Santos Filho, técnico do IPHAN de Tiradentes, relata um episódio em que, após uma exposição de figuras desaparecidas, algumas das peças expostas que pertenciam ao acervo de Congonhas chegaram pelo correio em Tiradentes como uma entrega anônima.  

O Museu de Arte Sacra de São João del – Rei, por sua vez, nunca sofreu qualquer tipo de roubo, conta Mauro André Santos, gestor do espaço. Ele relata que já houve furtos nas igrejas, como os ciriais da Igreja do Carmo, na década de 80, que nunca tiveram solução. 

Mauro ainda conta que, “apesar de as peças estarem sob a guarda do museu, elas saem, participam das cerimônias religiosas e depois voltam para a exposição do museu. Então é uma preocupação muito grande essa falta de segurança nas igrejas. Infelizmente, não há recursos financeiros, nem recursos técnicos para poder manter a guarda dessas peças”. 

Segundo depoimento dos entrevistados, como prevenção à situação de furtos de peças dos acervos, ambos os museus citados contam com uma vigilância 24h, um monitoramento físico e eletrônico, como fator humano e sensores espalhados pelos espaços, para uma maior segurança dos objetos guardados. 

VAN/ Lis Maldos
Foto: Lis Maldos

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