Realizada de 23 a 28 de julho, a 28º Jornada Mundial da Juventude, sediada no Rio de Janeiro, marca a primeira visita do Papa Francisco ao Brasil. Há previsão de que o evento, um dos maiores do mundo, chegue a atrair cerca de 2,5 milhões de pessoas para a cidade.

Pontificado em março deste ano, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, que adota a ideologia de São Francisco de Assis de pobreza e caridade, é acolhido e aclamado por sua humildade e simplicidade. O pontífice, que chegou ao Rio na segunda, 22, circula pelas ruas em carros com janelas abertas, além de ter determinado que o papamóvel fosse isento de janelas e blindagens.  

Com o lema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19), o evento é elogiado pela freira Adenísia Aparecida, da Irmandade Missionários, de Santo Antônio de Niterói (RJ). Segundo ela, “a Jornada está belíssima. Para mim, é um testemunho de fé. Não consegui assistir a todos os eventos, mas pretendo me aproximar do Papa hoje e assistir à missa no domingo”, afirma.

Maria Rosa, de Maringá (PR), entretanto, afirma que um dos grandes problemas do evento tem sido o transporte público. “Está tudo um caos. Demoro quatro horas para chegar de Septiba a Copacabana”. Apesar das dificuldades com a estrutura do evento, a peregrina assegura: “Estou achando a Jornada maravilhosa. Ontem fiquei na barreira de contenção para ver o Papa, que passou muito rápido. ‘Piscou, perdeu!’”, brinca a jovem. 

O crescimento da adesão ao catolicismo, principalmente por parte dos jovens, mostra a força dessa religião no maior país católico do mundo. Uma das causas apontadas para o aumento de simpatizantes é a identificação dos fiéis  com o recente pontífice, o que também garante o sucesso da Jornada

Lucía Marisela, de Lima, no Peru, não se importou de ficar cerca de quatro horas e meia esperando para ver o sumo pontífice. “Ficamos esperando o Papa passar, rezando o rosário e cantando. Não há cansaço que supere a emoção!”, relata a estrangeira. 

Defensor da ética social, o Papa também é reconhecido pela sua preocupação com a prática e vida pastoral, em especial na administração arquidiocesana, em que defende a transparência e a responsabilidade no âmbito econômico do Vaticano.

Embora Francisco venha adotando posições que retratam um forte impulso moderno e simplificador, conquistar essa parcela jovem da população mundial requer da Igreja adaptações, muitas vezes esbarrando em polêmicas, que envolvem o conservadorismo da religião, bem como o tradicionalismo exacerbado.

VAN/ Maria Clara Lauar
Foto: Bruno Marques

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