Na manhã desta sexta feira, dia 26, o Papa Francisco se reuniu com fiéis de toda parte do mundo para um almoço, no Palácio São Joaquim, no bairro da Glória. O evento, fechado e exclusivo, contou com a presença do Dom Orani Tempesta e doze convidados. Foram selecionados dois jovens de cada continente, além de dois brasileiros para participarem do almoço. 

O encontro realizado na residência oficial do Arcebispo do Rio foi um momento íntimo de conversa e troca de experiências. A colombiana, Paula, que está desde fevereiro na cidade realizando trabalhos como voluntária pelo programa ‘Atos culturais’, foi uma das doze contempladas, “nós ficamos pensando se merecíamos isso. Foi uma surpresa muito grande. Estávamos todos muito nervosos”, confessou a jovem.

Segundo a colombiana, o pontífice falou com os fiéis sobre esperança, compartilhou suas experiências com todos os presentes, dissertou sobre a tradição da Igreja e os novos métodos que começaram a ser adotados. “Para ele, o passado são memórias, o futuro é a esperança e o presente é o que vivemos hoje, e temos que viver o hoje. Essa é uma jornada para os maiores”, contou a peregrina. 

Durante o encontro, o Papa fez indagações como: “O que vocês fazem pela igreja?”, “Por que estão aqui hoje?”, “Por que as pessoas passam fome?”, “Por que há tantas pessoas sofrendo?”, “Por que vocês são estudados e outras pessoas não?”. Francisco inferiu que as respostas para estas perguntas só poderiam ser respondidas através de oração e, aos jovens presentes, deu a missão de sempre realizar estes questionamentos, repassando o amor ao próximo.

A jovem que trabalhava na Pastoral da Juventude, na própria Colômbia, denominou o encontro como “uma graça de Deus”. Para a voluntária, a principal mensagem deixada pelo Papa foi “a busca por um autoconhecimento agora, reconhecer-me vivendo o presente, vivendo o Deus do presente”.

A historiadora de Niterói (RJ), Alina Ranny Bompet, inscrita para ser voluntária da JMJ foi também uma das convidadas para o encontro. “O Papa é sinônimo de simplicidade, receptível, amigável. Foi um encontro sem protocolos“, relatou. 

Marcelo Galeano, argentino de La Paz, município de Entre Rios, foi outro jovem participante. No seu caso, o convite foi feito de forma inusitada, “eu estava na catedral, trabalhando com traduções dentro da Jornada. Já era tarde, cerca de uma e meia da manhã, quando o padre me pediu para ficar e rezar um pouco. Logo depois, fez o convite”, conta o jovem. 

Marcelo está no Brasil desde de 06 de abril, trabalhando com o Comitê Organizacional local, no setor de traduções do português para o espanhol. “Foram muitas vivências. Foi muito lindo. Demos muita risada, choramos, fizemos brincadeiras. A mensagem que levo é que não podemos ter medo de nos doar, de maneira gratuita, para os outros. E uma grande preocupação dele é que todos, não só os católicos, tenham uma vida digna, sobretudo os jovens, que são um dos pilares da sociedade.”, disse. 

O desemprego jovem e a busca da dignidade foram um dos temas abordados pelo Papa durante o encontro. De acordo com os jovens que estiveram presentes, Francisco enfatizou que não se caminha sozinho na vida. Por isso, há a busca por um auxílio espiritual e, a religião, lida justamente com as necessidades da alma. 

Com agenda cheia durante toda a Jornada Mundial da Juventude, o pontífice realizou, nesta sexta, uma missa privada no Sumaré, onde está hospedado, ouviu a confissão de cinco jovens, na Quinta da Boa Vista, encontrou-se com jovens detentos no Palácio São Joaquim, realizou a oração do Ângelus e, após a celebração, realizou o encontro em almoço. À tarde, ocorreu o 3º ato central da JMJ, a encenação da Via-Sacra, que se estendeu até à noite.

VAN/ Maria Clara Lauar
Foto: Bruno Marques

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