O câncer de mama é o
segundo tipo mais frequente de câncer no mundo e é o mais comum entre as
mulheres, responsável por cerda de 22% dos novos casos da doença. Dois terços
dos casos ocorrem em mulheres maiores de 50 anos, enquanto um terço atinge as
mais jovens. No ano de 2009 no Brasil, foram registrados cerca de 12.705 mortes
provindas da doença. Porém, quando é diagnosticada e tratada precocemente e de
forma correta, os resultados são positivos.
Muitas das mulheres que
são diagnosticadas com a doença não possuem condições para custear o
tratamento, e recorrem ao SUS para assistência. Em São João del-Rei, as
mulheres são encaminhadas aos setores responsáveis de tratamento de doenças de
risco. Segundo a Diretora de Clínicas Especializadas da cidade, Glaydes Barroso
da Silva, as mulheres entre 45 e 65 anos são direcionadas pelos médicos a
fazerem os exames de rotina que podem diagnosticar a doença, como a
mamografia. 
Segundo o médico
oncologista do SUS da cidade, Frederico de Castro Escaleira, São João del-Rei
conta com serviços de diagnóstico como a mamografia, ultrassonografia, biopsia
guiada entre outros. Quando descoberto o diagnóstico, existe o serviço completo
de oncologia clínica, com todos os tipos de quimioterapias necessárias, além
dos tratamentos de hormonioterapia e as cirurgias mastológicas. O centro de
radioterapia está sendo construído. O atual secretário municipal de saúde, José
Marcos de Andrade, afirma que quando um paciente precisa de tratamento fora da
cidade, o transporte é custeado pela secretária, porém deixa bem claro que o
tratamento que é oferecido aqui, é o mesmo encontrado em todo o país.
Porém segundo o
oncologista, a cidade ainda necessita de uma campanha de real impacto, além das
realizadas próximas ao Dia Nacional de Combate ao Câncer, 27 de novembro, para
que os diagnósticos precoces sejam mais comuns, facilitando no tratamento da
doença.
Centro
Viva Vida
São João del-Rei disponibiliza para a sociedade consultas, exames e
pequenos procedimentos cirúrgicos gratuitos em algumas especialidades através
do Centro Viva Vida, o único lugar da cidade que oferece mastologia pelo SUS.
Nicole Menezes Rangel é a única mastologista que atende no centro. Segundo ela,
para ser atendida, a paciente precisa ter o cartão SUS, que pode ser feito no
próprio CVV. Todas as consultas são referenciadas
fazendo com que a paciente precise de um encaminhamento para agendar uma
consulta. Cerca de 140 pacientes recebem atendimento por mês, de todas as
faixas etárias, porém, mulheres acima de 40 anos são as que mais procuram o
centro.
A instituição oferece Mamografia para o
rastreamento, o Ultrassom de mama como exame complementar e a Core Biopsy para
o diagnóstico do câncer de mama. Após o diagnóstico da doença, inicia- se o
tratamento que varia de acordo com o estadiamento do tumor na paciente, ou
seja, o estágio em que a doença se encontra. A partir daí, as mulheres são
encaminhadas para os locais de tratamento radioterápico, quimioterápico e para
as cirurgias.
Centro
oncológico
           
Depois de diagnosticas com a doença, as pacientes
encaminhadas pelo centro Viva a Vida ou pelos PSF’s da cidade são encaminhadas
para o Centro Oncológico, que se encontra próximo à Santa Casa de Misericórdia.
Lá, a paciente é direcionada para o tratamento adequando ao estado de seu
tumor. Segundo o diretor do CTO José Flávio Ribeiro de Andrade, o exame de
biopsia é o que determina se a paciência precisará de tratamentos
quimioterápicos, radioterápicos ou de cirurgia mastológica. Após terminados
todos os procedimentos necessários, o centro acompanha a paciente por mais
cinco anos, através do pós tratamento que é feito via-oral, afirma o diretor.
No ano de 2009, no CTO de São João del-rei, foram
registrados 34 casos de câncer de mama, que foram atendidos pelos profissionais
do centro.
A ASAPAC
Como forma de
assistência alternativa, São João del-Rei também conta com associações não
governamentais, que tentam auxiliar as pacientes que precisam de ajuda. Um
exemplo disso é a ASAPAC.
Terapeuta ocupacional,
fonoaudióloga, advogado, psicóloga, fisioterapeuta e assistente social são os
profissionais disponíveis pela associação. A entidade existe há oito anos, e
foi uma iniciativa de uma mulher chamada Isabel, que teve um filho com câncer.
Inicialmente, ela recebia as pessoas na própria casa, e com o passar dos anos
foi expandindo a associação.
De acordo com a
assistente social, Sabrina de Oliveira, a entidade sobrevive de doações e não
recebe nenhum tipo de ajuda do governo. Serviços de telemarketing e alguns
bazares realizados algumas vezes na sala da fisioterapia são os únicos meios
pelos quais a Associação consegue dinheiro. E a divulgação é realizada através
de campanhas na imprensa que buscam mostrar que a ASAPAC está de portas abertas
para quem precisa de ajuda.
A associação recebe muitas
mulheres que foram diagnosticadas com câncer de mama. E para que elas possam receber
a ajuda da ASAPAC, precisam chegar com um encaminhamento, o documento de
identidade, um comprovante de renda e endereço, a biópsia e a receita médica. Dessa
forma, podem receber remédios e auxílio para o pagamento de exames de alto
custo. A entidadeoferece psicólogo e fisioterapeuta também no período de
pós-tratamento de cinco anos.
Uma
história de superação
“Uma lição de vida. Não
me desesperei nenhuma vez porque amo a vida e Deus”. Foi dessa forma que a
autônoma Maria do Carmo Passareli, de 59 anos, encarou o câncer de mama,
diagnosticado há 3 anos. Segundo ela, dores fortes na mama foram os indícios
para que ela desconfiasse da doença. Ela realizava a mamografia de 6 em 6 meses
e acha que seu erro foi fazer o acompanhamento com ginecologista e não com
mastologista. Maria do Carmo afirma que não teve nenhum problema com a
quimioterapia. Pelo contrário, ela se sentia como se estivesse no bar tomando
uma cerveja e tirando o gosto com sua fé. 
Talvez tanto otimismo tenha sido essencial na sua recuperação. Três anos
depois ela se diz feliz por ter perdido a mama, mas não ter perdido a vida. 
Reportagem: Talita Andrade e Rafaela Soares.
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